“…Ainda nesse sentido observou-se que os pré-escolares nos dois anos apresentaram peso para a idade e IMC para a idade acima do referencial da OMS o que também é compatível com a Transição Nutricional. Embora, em média, pela classificação segundo escore z de IMC, as crianças estejam eutróficas em valores absolutos, observamos que Em muitas populações, Brasil inclusive, ainda se observam altas prevalências de crianças com excesso de peso71 , mesmo nas de menor idade72 .Nas crianças, entre os 2,5 e 5 anos de idade, do presente estudo de coorte pode-se observar a existência da relação entre a evolução da estatura e do estado nutricional, corroborando com estudos pregressos, com desenho similar, que observaram, em crianças brasileiras75 , chilenas76,77 , europeias 78 e norte-americanas37,79,80 , em idades semelhantes, uma correlação positiva entre a estatura e o IMC.Essa correlação também foi observada em crianças jovens, TAVERAS e colaboradores35 evidenciaram que crianças com estatura de dois desvios padrão ou mais acima da média, já nos primeiros 24 meses de vida, foram aquelas mais propensas a estarem com obesidade aos 5 e aos 10 anos de idade.Entretanto DOMMELEN e colaboradores 34 não encontraram essa relação em crianças com menos de cinco anos mas encontraram para crianças e adolescentes e STOVITZ e seu colaboradores36 observaram um padrão maior de crescimento estatural dos 9 até os 14 anos entre os que se tornaram adultos jovens com sobrepeso ou obesidade.Em nosso estudo as crianças que alcançaram maior crescimento em estatura, no terceiro tercil, evidenciaram ter mais área gorda e área de massa muscular no braço em relação as de menor estatura, o que pode ser considerado indicativo de maior proporção de massa muscular e gordura corporal. Nesse mesmo sentido, em relação a gordura corporal, já existem observações anteriores em pré-escolares 78 e também em crianças em escolares81 .Os mecanismos que explicariam essas associações ainda não estão completamente elucidados 82 e as explicações se baseiam em processos biológicos, nutricionais e genéticos que influenciam no aumento da estatura e do IMC na infância34,42 .As mudanças no ambiente, com aumento de hábitos sedentários e inserção das crianças em ambientes obesogênicos83 somado às alterações nos hábitos alimentares, têm como consequência um aumento no aporte calórico 9 que, estando além das necessidades fisiológicas na infância, poderia estar influenciando no crescimento linear e também no estado nutricional das crianças 84 .…”