À margem: uso de crack, desvio, criminalização e exclusão social – uma revisão narrativa

Abstract

Resumo O artigo faz uma revisão narrativa da literatura científica visando identificar e discutir os contextos de vulnerabilidade e exclusão social que situam os usuários de crack e outras drogas à margem da norma social no contexto brasileiro e internacional. Lança-se mão de uma variedade de marcos teóricos de modo a integrar as áreas temática do uso de drogas, com ênfase no de crack e sua inter-relação com vulnerabilidade social, marginalidade, exclusão social e desvio. Inicialmente são discutidos aspectos gerais da pesquisa qualitativa em drogas. Em seguida são pontuadas questões acerca da exclusão e vulnerabilidade social dos usuários de crack, seguido das principais associações descritas na literatura sobre uso de drogas e envolvimento criminal. Por fim, o conceito de “margens do Estado” é discutido através do exemplo de situações vivenciadas pelos usuários de crack e outras drogas, como relatado pela literatura.

Vulnerabilidades clínicas e sociais em usuários de crack de acordo com a situação de moradia: um estudo multicêntrico de seis capitais brasileiras

“…Nesse sentido, tais indivíduos têm uma maior probabilidade de detenção e envolvimento com o crime 21 . Da mesma forma, a urgência pelo uso da droga (craving) e a falta de condições financeiras para sustentar o consumo contribuem para que o usuário de crack se engaje em atividades ilícitas, tais como roubos e assaltos, a fim de custear o uso desta substância 32 . Os resultados apresentados sugerem que existem diferenças entre as categorias de avaliação de gravidade de dependência do ASI-6 nos dois grupos, muito embora com pouca variação em algumas áreas.…”

“…No ambiente da rua, a presença do tráfico e o consumo de substâncias ganham mais relevância em função de sua visibilidade em uma cena aberta 2,32 .…”

Needs, expectations and care production of people in street situation

“…The literature indicates that difficulty in accessing health services, as a consequence of the lack of ID documents, is a reality experienced by this population (1,9,27) . This practice is unconstitutional considering that equity, integration, and universality of care are guaranteed by the SUS, which as a health system should provide social responses to the needs of the population in street situations (1) .…”

Attitudes of nursing students towards substance users and perceptions about religious/spiritual care

“…This may be related to an issue that transcends the subjective dimension, remitting to a broader and quite objective condition which is the stigma that accompanies the person identified as a drug user. One hypothesis that can be raised based on the literature is that, because it is a socially recriminated and highly stigmatized behavior (19) , the consequences of this negative perception have a reflection on the services and in the way the individuals are assisted. If they encounter a discriminatory service, they do not establish a bond of trust with the professionals and, consequently, do not adhere to the treatment; thus, their health situations might aggravate with the installation of possible clinical complications of diverse natures (20) .…”