Ao analisar a produção de estudos sobre a história das práticas médicas e de Saúde é possível constatar que as abordagens biográficas se destacam nas interpretações sobre a formação das especialidades médicas, acerca da construção de saberes e de instituições de ensino e assistência. Neste sentido, uma vertente da historiografia buscou construir uma espécie de panteão de “grandes nomes” da história da Medicina, ao passo que, nos últimos anos, uma série de trabalhos buscaram reposicionar as abordagens biográficas a partir de novos pressupostos teórico-metodológicos. Diante disso, o artigo analisa algumas das diferentes abordagens aplicadas nas biografias produzidas por pesquisadores interessados na história da Saúde e da Medicina no Brasil, com especial atenção à produção historiográfica empreendida a partir da segunda metade do século XX. Além disso, ao final, são debatidos os usos das biografias a partir das propostas interdisciplinares da Saúde Coletiva em sua conexão com a História.