2017
DOI: 10.1590/0104-4060.51760
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Descolonizar a participação: pautas para a pedagogia latino-americana

Abstract: RESUMOO artigo tem como tema a participação, enquanto meio e fim, na educação para a cidadania. A partir de pesquisas sobre as mediações pedagógicas no orçamento participativo e sobre a pedagogia latino-americana, aponta-se para a necessidade de desconstruir mitos e falácias que se criam em torno da participação, tais como o mito da incapacidade do povo ou da falta de tempo e recursos. Trata-se, como será argumentado, de "descolonizar" a participação, permitindo que ela se torne um efetivo instrumento para a d… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1
1
1

Citation Types

0
0
0
6

Year Published

2020
2020
2022
2022

Publication Types

Select...
4
1

Relationship

0
5

Authors

Journals

citations
Cited by 5 publications
(6 citation statements)
references
References 1 publication
0
0
0
6
Order By: Relevance
“…A luta contra a opressão torna necessário pensar criticamente a participação, assumir as condições necessárias para que ela ocorra e encarar o processo intrinsecamente político de seu exercício. Politizar a participação é expandir o espaço projetual do saber-fazer em uma perspectiva descolonizada (Silva, 2022), com metodologias fundamentadas em experiências de lutas, como as do contexto latino-americano, em que a participação pode ser um meio efetivo de transformação das sociedades (Streck, 2017). A participação crítica que cultivamos com a Rede Design & Opressão é a que possibilita o diálogo e a contestação, e que tem como princípio a possibilidade da transformação da realidade a partir do encontro dialógico (Mazzarotto e Serpa, 2022).…”
Section: Apresentação Do Tema: Design E Opressãounclassified
“…A luta contra a opressão torna necessário pensar criticamente a participação, assumir as condições necessárias para que ela ocorra e encarar o processo intrinsecamente político de seu exercício. Politizar a participação é expandir o espaço projetual do saber-fazer em uma perspectiva descolonizada (Silva, 2022), com metodologias fundamentadas em experiências de lutas, como as do contexto latino-americano, em que a participação pode ser um meio efetivo de transformação das sociedades (Streck, 2017). A participação crítica que cultivamos com a Rede Design & Opressão é a que possibilita o diálogo e a contestação, e que tem como princípio a possibilidade da transformação da realidade a partir do encontro dialógico (Mazzarotto e Serpa, 2022).…”
Section: Apresentação Do Tema: Design E Opressãounclassified
“…Para iniciar esse percurso, parece-nos indispensável conceituar o termo participação e para isso, nos apoiamos em Streck (2017, p. 192) ao problematizar que a pa-lavra participação tem na sua raiz a ideia de ser parte de ou tomar parte de algo e, na sua concepção, ser parte significa: "a possibilidade de expressar-se junto aos demais, o direito de ser ouvido e, respectivamente, de ouvir os outros; ter condições de acesso aos bens econômicos, sociais e culturais produzidos pela sociedade na qual se vive; exercer o potencial produtivo e criativo [...]", participação qualificada por Streck (2017) como participação democrática, na esteira de outras qualificações como: participação cidadã, participação crítica, participação popular etc.…”
Section: A Participação Discente Como Prática Decolonial: Da Teoria à...unclassified
“…A publicização deste trabalho pode ser justificada em, no mínimo, três grandes eixos: (1) indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão; (2) educação para a cidadania; (3) decolonização da universidade. Na dimensão da indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão, estudos como os de Furtoso (2015) mostram a impor-tância da extensão universitária para atender as demandas dos imigrantes quanto às barreiras linguísticas, dado que reforça a importância da publicização dos dados sistematizados das ações de extensão universitária, não raro voltados apenas para atender a burocracia das instituições, reforçando o que Streck (2017, p. 190-191) Já no eixo da educação para cidadania, nos fundamentamos em Streck (2017) ao afirmar que a participação como um processo político-pedagógico, enquanto meio e fim, é um requisito fundamental da cidadania e da democracia. Nessa direção, a participação nos projetos de extensão universitária nos parece possibilitar a cidadania acadêmica dos discentes haitianos.…”
Section: Introductionunclassified
“…A necessidade de qualificar a participação, para que esta não seja associada às ideias de manipulação, controle e cooptação é corroborada por Streck (2017), que chama a atenção para essa estratégia discursiva. Os adjetivos "democrática", "cidadã" e "crítica" remetem a uma participação entendida como processo, que se coloca sob "permanente vigilância e autocrítica" (p. 193).…”
Section: Relações Entre Processo Educativo E Os Conflitos Socioambientais: Construção De Possíveis Significados E Sentidosunclassified
“…Essa parece uma questão que merece reflexão, pois nossas análises fazem referências à ausência de uma cultura de participação. Contudo, em contrapartida, quando consideramos a valoração e os muitos significados e sentidos que podem ser construídos pelos grupos sociais para participação, reconhecemos ser necessário "conhecer e entender as culturas de participação" (Streck, 2017), levando-se em conta os diferentes matizes político-ideológicos reconhecidos e mobilizados por esses grupos. Tais considerações sobre a participação estendem-se, ainda, para significados construídos para cidadania.…”
Section: Considerações Finaisunclassified