The paper, a consequence of the author's research experience and the evaluation of research in popular education, discusses the criteria for quality and validity of participatory methodologies, which since their origin in Latin America present significant affinities with popular education. The following topics are discussed in the perspective of participatory methodologies: the social relevance; the quality of description and interpretation; the collective reflexivity; the quality of the relations among the stakeholders in the research process; and the practicability of the produced knowledge. In the conclusion it is pointed out that the discussion about the quality of research in education and popular education can contribute to confront the academic productivism, where qualitative and quantitative criteria are confused, to be able to overcome the dichotomization between producers and consumers of research, thus enhancing the area's theoretical density.
O artigo busca explicitar aspectos da epistemologia que embasam uma ação investigativa coerente com a educação emancipadora na América Latina. O pano de fundo a partir do qual se desenham alternativas para o conhecimento e a transformação da realidade é constituído pelas discussões sobre a colonialidade. A história revela que, junto com a subserviência epistêmica, houve e continua havendo um movimento contra-hegemônico que valoriza não só os saberes autóctones, mas também as distintas formas de conhecer. Adota-se o conceito epistemologias do Sul, de Boaventura de Sousa Santos, para designar as expressões historicamente tornadas invisíveis e que encontram múltiplas maneiras de sobreviver, resistir e expressar-se. Após a retomada histórica de cunho filosófico-epistemológico com o intuito de contribuir para a reconstrução e a ampliação do quadro de referência teórico, discute-se o papel dos movimentos sociais na América Latina como espaço de gênese da educação popular e de formas de pesquisa participativa que podem continuar inspirando práticas investigativas transformadoras. Argumenta-se que os movimentos sociais, em que pese sua heterogeneidade política e ideológica, podem conter potencialidades teóricas capazes de constituir um lugar epistemológico de avaliação crítica das correntes ideológicas do Norte, oportunizar a disputa na interpretação das realidades e impulsionar metodologias de pesquisa participativas e promotoras de cidadania.
RESUMO: O artigo tem por objetivo analisar alguns deslocamentos nas práticas pedagógicas que correspondem à mudança conceitual ao longo das quatro últimas décadas, mais precisamente desde a formulação da pedagogia do oprimido no fim da década de 1960. Faz-se uma breve revisão do tema da exclusão social, em especial na sua vinculação com as políticas e práticas em educação, relacionando-o a três eixos explicativos identificados como consenso pedagó-gico, o deslizamento semântico de opressão para hegemonia e a crí-tica da modernidade e as teorias pós-modernas. Argumenta-se que o uso do binômio exclusão social/inclusão social encontra sua pertinência na denúncia das múltiplas desigualdades e no seu cará-ter instrumental para políticas públicas específicas. Paradoxalmente, nestes aspectos também se situam os seus limites em termos de projetar possibilidades de transformação da sociedade excludente. Palavras
The article analyzes the contribution of José Martí and Paulo Freire for the constitution of a Latin American pedagogical imaginary. There are highlighted three aspects: a) Latin America as a locus of pedagogical production having, in these two intellectuals, the ideas serving as basis for this proposal; b) the coexistence of different temporalities in Latin America, and its implication for education; c) the presence of a critical cosmopolitan pedagogical vision. In the conclusion it is argued that it is fundamental to keep in tension the respect for the legacy, and the capacity and willingness to recreate. The radical thought of Martí and Freire provides two important conditions for carrying out this task: the freedom in relation to closed canons, and the freedom to reflect on one's life experience and practice.
O artigo busca situar a educação popular no contexto da reconstrução da esfera pública na América Latina. A partir da volta às suas origens para identificar o lugar social e os espaços pedagógicos nos quais a educação popular se originou, argumenta que um traço distintivo dela é a própria busca, no mesmo sentido em que a identidade latino-americana se constitui como esse lugar de possibilidades. Analisa a seguir algumas estratégias pedagógicas clandestinas, assim entendidas por se caracterizarem como ausência ou ocultamento, respectivamente: pedagogia da sobrevivência, da resistência e da relação. No final, retorna à imagem do labirinto para definir as perplexidades - históricas e atuais - da educação popular.
IntroduçãoA educação popular tem como uma de suas marcas acompanhar o movimento de classes, grupos e setores da sociedade que entendem que o seu lugar na história não corresponde aos níveis de dignidade a que teriam direito. Isso pode significar a reivindicação de espaço na estrutura existente, mas pode também representar o engajamento na luta por rupturas e pela busca de novas possibilidades de organização da vida comum. O elemento definidor, neste caso, não é tanto o projeto final, mas a disponibilidade para sair do lugar, o mover-se em direção a um horizonte que apenas deixa entrever sinais do que Paulo Freire chamou de inéditos viáveis. Quer definamos a educação popular com base nos objetivos, no método, no conteúdo, no contexto ou nos sujeitos, sempre haverá dúvidas sobre o que ela é de fato. Acredito que nisso reside uma de suas virtudes e é um dos motivos pelos quais ela não se dissolve como outras modas pedagógicas dispostas a trazer soluções mais ou menos definitivas.Isso tem a ver com a sua origem. Há unanimidade entre os historiadores da educação popular de que ela se forma no movimento da sociedade. Se temos nomes que servem de referência é porque pessoas se dispuseram e tiveram a habilidade de captar a pedagogia que se realizava nesse movimento. No entanto, enquanto processo, ela é maior que cada um desses nomes e continua sendo recriada nesse movimento da sociedade. Uma das contribuições das teses e dissertações nos programas de pós-graduação é o desvelamento de pedagogias invisibilizadas pelo projeto pedagógico hegemônico, 1 preocupado com estatísticas e resultados que habilitam os alunos a serem econômica e social- 300Revista Brasileira de Educação v. 15 n. 44 maio/ago. 2010
RESUMOO artigo tem como tema a participação, enquanto meio e fim, na educação para a cidadania. A partir de pesquisas sobre as mediações pedagógicas no orçamento participativo e sobre a pedagogia latino-americana, aponta-se para a necessidade de desconstruir mitos e falácias que se criam em torno da participação, tais como o mito da incapacidade do povo ou da falta de tempo e recursos. Trata-se, como será argumentado, de "descolonizar" a participação, permitindo que ela se torne um efetivo instrumento para a democratização da sociedade. O conceito de colonialidade serve para ancorar a discussão no âmbito das teorias críticas na América Latina. Como contraponto, são apresentadas pautas que, apesar da diversidade encontrada no subcontinente, pretendem abranger o contexto educacional latino-americano: a participação como um processo político-pedagógico; o conhecimento da história de nossa pedagogia em sua vertente crítica; a compreensão das culturas de participação e suas formas de expressão social e política; a reflexão sobre utopias democraticamente transformadoras.Palavras-chave: Participação. Colonialidade. Cidadania. Pedagogia latino--americana. Mediações pedagógicas. ABSTRACTThe article has participation as its main theme, both as a means and as an end for citizenship education. Based on research about pedagogical mediations on participatory budgeting and on Latin American pedagogy, we argue that some myths and fallacies about participation need to be deconstructed,
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