"O poder que ainda não está no poder": Paulo Freire, pedagogia crítica e a guerra na educação pública - uma entrevista com Ira Shor

Abstract

Resumo Ira Shor é professor da City University of New York's Graduate Center (Phd Program in English) e no Departamento de Inglês do College of Staten Island (CSI). O Dr. Shor tem se dedicado ao ensino de alunos da graduação e pós-graduação, na perspectiva da educação crítica. O trabalho de Shor com Freire teve início em 1980 e se estendeu até 1997. Ambos são coautores do primeiro livro falado de Paulo Freire intitulado, no Brasil, Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Nesta entrevista, concedida aos professores Alexandre Saul e Ana Maria Saul, o professor Shor discute a importância da pedagogia crítica na formação de professores, diante de um cenário global de crescente conservadorismo e adoção de políticas públicas de educação neotecnicistas, que contribuem para obstaculizar a autonomia das escolas e dos professores. Ele diz da atualidade do pensamento de Paulo Freire como uma possibilidade factível de construção de uma educação pública e democrática no bojo da qual a formação de professores precisa se fazer com diálogo, respeito aos diferentes conhecimentos e formas de conhecer, horizontalidade nas relações humanas e indissociabilidade entre teoria e prática. Ira Shor destaca que, para Paulo Freire, a construção de um mundo mais justo, para todos, necessita de uma utopia que tenha raízes bem plantadas na história. Enfatiza a impossibilidade da neutralidade da educação e a necessidade da conscientização para transformação da realidade.

Panorama Da Oferta Do Ensino Médio Integrado Em Enfermagem No Brasil

“…Tornando-se capaz de reestruturar o modelo educacional, principalmente, da educação profissional e tecnológica, que foi/é sujeitada às demandas do capital, levando a incorporação das metodologias do espaço da economia e das finanças para a organização pedagógica dos cursos profissionalizantes, o que dissemina a cultura da meritocracia nas escolas, estimulando o reprodutivismo e o individualismo entre os educadores, (4) além de "inverter a relação teoria-prática".…”

Educação, Conservadorismos E Religião: Mapeamento E Análise Do Avanço Neoconservador Na Educação Brasileira

“…Além das discussões sobre papéis adequados de gênero e projeção de fobias religiosas no plano político e social em geral, a ascensão de lideranças religiosas e a capacidade de mobilizar recursos e paixões por parte desses sujeitos, Certificação Digital Nº 1712384/CA assim como reflexões sobre a inserção religiosa na política institucional também foram encontradas com recorrência(MOREIRA, 2014; KOREN, 2016; VIEIRA, 2017; GOMES, 2019;MORAIS, 2019).Por fim, as discussões sobre democracia e resistência na educação procuram ir além de tudo o que foi discutido até então, elas procuram refletir sobre possibilidade de enfrentamento, resistências e empoderamento frente a gama de ofensivas neoconservadoras sobre a educação nacional. As pesquisas discutem as funções e atribuições educacionais em contextos de ameaça antidemocrática neoconservadora, as atitudes de coletivos estudantis e lutas cotidianas de educadores e educadoras que precisam lidar com as projeções morais e políticas no chão da escola, entre outras(SHOR et al, 2016;GOMES, 2018; LEME, 2018; Identificar as abordagens metodológicas empregadas pelas pesquisas permite compreender os principais objetos e sujeitos utilizados pelos autores como fonte de dados, bem como as formas como estes são tratados. A meu ver, esse saber auxilia o mapeamento das práticas analíticas recorrentes no campo e sinaliza quais são as maneiras mais profícuas de encontrar, tratar e refletir as informações encontradas.…”