O presente artigo tem como intuito realizar uma análise crítica da noção de meritocracia. No espaço disponível, pretende-se apontar para os limites de entender a meritocracia ora como um valor intrínseco ao capitalismo e a democracia, ora restrita ao momento ideológico. Nesse sentido, buscaremos relacionar a forma social da meritocracia com os processos de subordinação do trabalho pelo capital, cuja finalidade estaria na necessidade da valorização do valor. Defende-se que, por englobar diferentes momentos da vida social, a meritocracia deve ser apreendida como um modo de vida na medida em que, em seu percurso histórico e social, tem incidido sobre a reprodução social dos trabalhadores e as relações sociais de produção, cuja finalidade estaria na radicalização dos processos de exploração e dominação do capital sobre o trabalho, tendo na atual noção de empreendedorismo uma de suas formas de representação social.