Este relato de experiência apresenta parte de uma pesquisa de pós-doutorado realizada no Instituto Pandavas, escola comunitária de ensino fundamental que iniciou seu trabalho na década de 1970, baseada na antroposofia. Em 2013, passou a ser uma das escolas democráticas brasileiras, utilizando a pedagogia de projetos, na tentativa de diluir a separação dos alunos por séries/idades, bem como os horários fixos das aulas. Para isso, a escola delineou uma organização pedagógica em que os alunos definem os rumos de seu desenvolvimento, com base na autonomia, na emancipação de cada indivíduo e na gestão democrática. Para compreender esse contexto, realizou-se uma pesquisa narrativa com os professores e a coordenadora pedagógica dessa instituição. O objetivo deste relato é compreender as percepções de professores e coordenadora pedagógica sobre suas experiências na escola comunitária Pandavas. As narrativas mostraram que, por meio das assembleias, do diálogo, da “Educação para pensar, sentir e agir” e das práticas participativas, é possível aos alunos assumir seu papel de sujeitos sociais, coletivos, expandindo sua capacidade de ler o mundo, problematizando-o por meio de uma práxis transformadora. O relato dos professores foi possível permitiu observar que a educação para a humanização não é algo somente para os alunos, pois os professores igualmente são formados nessa perspectiva e podem se autorrealizar, expressando seus sentimentos, ao mesmo tempo em que consideram o lado emocional dos alunos no cotidiano escolar, em um processo dialógico que vislumbra uma educação para a transformação social.