Não Adesão Ao Seguimento Ambulatorial Por Mulheres Que Experienciaram a Violência Sexual

Abstract

RESUMO Objetivo: compreender os motivos da não adesão ao seguimento ambulatorial por mulheres que experienciaram a violência sexual. Método: pesquisa qualitativa fundamentada na Fenomenologia Social de Alfred Schütz, realizada com 11 mulheres atendidas em um serviço especializado. Para obtenção dos dados, utilizou-se a entrevista com questões abertas, realizada entre outubro de 2014 e abril de 2015. O conteúdo foi organizado em categorias e compreendido a partir do referencial adotado. Resultados: evidenciou-se a falta de articulação da rede de atendimento para o acolhimento da mulher, o seu sofrimento em ter que relatar diversas vezes nos serviços a agressão e o constrangimento diante dos profissionais de saúde. Mesmo não tendo concluído o seguimento ambulatorial, a mulher espera superar a violência sofrida, ressignificando sua vida por meio da volta aos estudos e ao trabalho. Conclusão: a perspectiva destas mulheres mostra pontos relevantes a serem considerados por profissionais de saúde. Estes incluem a articulação entre os serviços que compõem a rede de atendimento e a melhoria do acolhimento, com valorização da relação intersubjetiva - entre a mulher e os profissionais - como um caminho para aumentar a adesão ao seguimento ambulatorial.

Perceptions of the Multi-Professional Team Given the Legal Interruption of Pregnancy Due to Sexual Violence

“…5,17 With the various repetitions of narrating what happened, this woman can have greater compromise of her emotional and psychological state, so it is necessary for the professionals of the service to carry out strategies that aim to reduce her exposure to traumatic events. 21…”

“…21 The psychological distress of the employees is a problem that the institution should address and thus promote the appropriate means to preserve their health and enable the treatment of internal conditions, understanding that the work performed depends deeply on the mental health of the worker. 21 In 2017, the project for Improvement and Innovation in Care and Education in Obstetrics and Neonatology (Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia, Apice On) was created, an initiative of the Ministry of Health in partnership with educational and training institutions that aims to contribute to the implementation of care and assistance practices in obstetric and neonatal areas based on scientific evidence, strengthening of sexual and reproductive health actions, and implementation of humanized care for women in situations of abortion and legal abortion. In this sense, among its objectives are the implementation of humanized care in situations of sexual violence and legal abortion and encouraging the development of research studies related to this theme.…”

O papel da enfermagem na assistência a vítima de estupro

“…A violência sexual é um trauma e uma experiência que aterroriza a vitima, quando uma mulher sofre algum tipo de violência e reflete sobre o ocorrido ela exterioriza as expectativas e considera os impactos deixados pelo evento agressivo, mas para superarem os impactos da violência precisam do apoio familiar e de amigos para que ela se sinta acolhida e amada e de alguma forma impulsionada a seguir em frente, favorecendo a recuperação de sua autoestima retornando a vida normal e deixando esse evento agressivo no passado. (Trigueiro et al, 2018).…”

“…No manual é possível observar fluxogramas com perguntar que direcionam as respostas necessárias para saber qual é a profilaxia ideal para cada caso (Arend, Maw, Swardt, Denny, & Roland, 2012) Muitos profissionais de saúde agem com descuido e falta de respeito ao receber essa vitima, o tempo prolongado de espera do atendimento e falta de discrição também é um problema existente no atendimento a vitimas de violência. Esse é um dos motivos que levam essas vítimas a não procurarem atendimento (Trigueiro et al, 2018).…”

“…Para que haja esse atendimento é necessário ter profissionais qualificados, por isso a importância de realizar cursos de capacitação, palestras e criação de protocolos para desenvolver profissionais com atitudes sensatas e respaldadas na empatia, sensibilidade e ética (Trigueiro et al, 2018).…”