O papel da grande mineração e sua interação com a dinâmica urbana em uma região de fronteira na Amazônia

Abstract

Resumo: Este artigo aborda particularidades do processo de urbanização associadas às dinâmicas de mineração, que articulam diretamente os territórios de extração aos circuitos globais de acumulação. Na fronteira amazônica, as formas de operacionalização do capital alteraram a estruturação urbana, o relacionamento urbano-rural e causaram enorme impacto sobre a natureza e sobre as camadas mais vulneráveis da população. A análise baseia-se na derivação lefebvriana de urbanização extensiva e na noção de níveis da realidade social; tem o objetivo de explorar as conexões relacionais do urbano com os níveis global e local e permitir a construção de paralelos entre a extração de minério de ferro na Serra dos Carajás e a exploração de ouro, na região do Vale do Huasco, norte do Chile. Observa-se uma dinâmica urbana regida pela esfera global, e processos paralelos, embriões de uma nova matriz urbana, na esfera local, centrados na reprodução da vida e na construção da cidadania.

Cooperativismo, Sustentabilidade E Fortalecimento De Produtores Locais No Sudeste Paraense

“…Parauapebas surgiu em função da descoberta de jazidas de minério de ferro, no final da década de 1960, com a construção de um núcleo urbano para abrigar trabalhadores e seus familiares, de empreiteiras que dariam apoio ao Programa Grande Carajás (PGC) e subsidiárias da Companhia Vale do Rio Doce, hoje denominada apenas como Vale, provocando um fluxo migratório para o local (TRINDADE; OLIVEIRA; BORGES, 2014). Possui como principais atividades econômicas a agricultura, pecuária e mineração, pelo solo ser rico em minério e fértil, constituindo em um dos principais polos intermodais na região de inserção (BORGES; BORGES, 2011;MELO;CARDOSO, 2016).…”

Perception of Nature’s Contributions to People in Rural Communities in the Eastern Amazon

“…The main economic activities of the municipality are agriculture and mining [44], with the latter being conducted in a sustainable-use protected area, the Carajás National Forest. Although approximately 80% of the municipality's area is still in protected areas and indigenous land, since 1980s, Parauapebas has lost nearly 20% of its native forests [45], which were primarily converted into pastures [46].…”

Organizational Irresponsibilities or Absence of Territorial Governance? Reflections on Environmental Management in the Minas-Rio Project

“…In peripheral countries, members of the so-called Global South, tendencies to extensive urbanization triggered by the expansion of global industrial processes and, in particular, intensification of mineral extraction associated with large-scale hydropower production (MELO and CARDOSO, 2016), make up an array of water consumption unprecedented in history. The multiple forms of water use, the amounts consumed in productive operations and in the cities have raised questions about the sustainability of the supply sources, but before that, about the guarantee of the ecosystems that produce the water.…”

“…The territorial governance in this field is also characterized by weaknesses in the composition of the forums of agents who decide on plans and intervention processes for development without, in general, going beyond the economic question and to contemplate the historical-cultural dimensions that respect the local identities and the ways of life of the populations. Melo and Cardoso (2016) have demonstrated how the "volume of resources and the pace of transformation associated with investment projects connected to the globalized market, instead of reducing it, has sharpened the contrast between spaces of wealth, growth and privilege, and spaces of poverty, decline and exclusion" (p. 1216) rescuing the problematic of the contemporary international urban question (BRENNER and SCHMID, 2015) that, in turn, translates inequalities in the access and appropriation of territories and resources.…”