Decomposição estrutural do emprego por grau de instrução: uma análise de insumo-produto para o período pós-abertura (1990 a 2005)

Abstract

Resumo: O trabalho analisa a distribuição do nível de escolaridade dos trabalhadores formais em termos setoriais para a economia brasileira no período entre 1990 a 2005. A fim de alcançar esse objetivo, a população economicamente ativa foi dividida em cinco grupos de escolaridade e utilizou-se o método de insumo-produto para calcular os multiplicadores de emprego. Com a decomposição estrutural do emprego, observou-se que a demanda final foi a grande geradora de emprego em quase todos os níveis educacionais. Por outro lado, o fator trabalho foi o principal responsável pela queda de emprego. Isso mostra que a abertura econômica produziu aumento de produtividade, uma vez que o acréscimo do número de empregos foi menor que a elevação do produto. Entretanto, essa redução foi mais elevada para os trabalhadores com menor escolaridade.

Decomposição Estrutural da Variação do Emprego por Nível Educacional no Brasil, para os anos de 2000 e 2009

“…A decomposição estrutural divide-se em quatro fatores: i) intensidade do uso fator trabalhoque representa a relação emprego/produto, ou seja, valores negativos nesse fator indicam crescimento da produtividade do trabalho, enquanto valores positivos demonstram o contrário, ou seja, que o setor perdeu produtividade -a variável emprego cresceu a uma taxa menor que a proporção do acréscimo no produto (PEROBELLI, et al, 2016); ii) variação da tecnologiaque representa a variação do emprego setorial devido à transformações tecnológicas; iii) variação da demanda final em proporçãoque representa o efeito da variação na demanda final no emprego setorial -e, iv) variação da demanda final em volume (Hoekstra & van der Bergh, 2003).…”

Demanda Setorial De Trabalho Por Qualificação No Paraná

“…Desde 1995 a geração de empregos neste período cresceu 200,1% até 2005 e um incremento de 37,3 mil postos de trabalho no estado do Paraná, ressaltando que neste setor o nível de emprego ocorre de modo contínuo. Perobelli et al (2016) também com a metodologia de insumo-produto, analisou os empregos gerados dado o nível de escolaridade dos trabalhadores em setores para economia brasileira (nacional) no período de 1990 a 2005, através dos dados da população economicamente ativa dividida em cinco grupos de escolaridade: analfabeto, 1 a 3 anos de estudo, 4 a 7 anos, de 8 a 11 anos e com mais de 12 anos de estudos, dados estes extraídos da RAIS e distribuída para 26 setores. A matriz insumo-produto utilizada para pesquisa foi a disponível no IBGE, agregada para 21 setores a fim de igualar as matrizes disponíveis para o período.…”

“…A pesquisa recai sobre estado do Paraná por poucos estudos com essa finalidade, por ser atual mensurando o ano 2013 decorrendo do procedimento metodológico que utiliza uma matriz insumo-produto mais recente, se destaca ainda por apresentar mais setores na matriz com um total de 55 e se diferencia das pesquisas já existentes, como de Kureski (2012) e Perobelli (2016), por fazer a análise inter-regional. O resultado possibilita traçar estratégias de desenvolvimento educacional para o crescimento econômico do estado do Paraná, bem como para o restante do país.…”