“…Assim, partindo de Pierre Dardot e Christian Laval, João Tonucci Filho e Mariana Moura (2019) compreendem o comum como bandeira que contesta o domínio da razão neoliberal sobre todas as esferas da vida e da natureza e conceituam: o comum refere-se a bens, espaços e recursos que são coletivamente usados e geridos por uma dada comunidade por meio de práticas de fazer-comum, isto é, um conjunto de práticas e relações de compartilhamento e reciprocidade, para além do âmbito do Estado e do mercado e das formas de propriedade públicas e privadas. (Tonucci Filho;Moura, 2019, p. 488) Ainda que com especificidades locais, a década seguinte à crise econômica de 2008 viu uma série de manifestações multitudinárias irromperem e questionarem os efeitos negativos do neoliberalismo, bem como a incapacidade da democracia representativa liberal de combatê-los Domingues, 2022;Domingues, 2021;Braga, 2017;Dean, 2016;Della Porta, 2015). Em países como o Brasil e a Turquia, o próprio espaço público e o direito à cidade eram bandeiras das manifestações.…”