Comunidade Ampliada de Pesquisa-Ação: construindo saberes e práticas no diálogo cotidiano e afetivo com o território

Abstract

RESUMO O artigo objetivou discutir os aprendizados com as Comunidades Ampliadas de Pesquisa-Ação (CAP) em favelas do Rio de Janeiro, como contribuição às discussões conceituais e metodológicas no campo da saúde coletiva, na perspectiva da Promoção Emancipatória da Saúde e da Educação Popular. Com as CAP, como foi sintetizada esta metodologia, buscou-se responder a um dos principais desafios de pesquisas qualitativas em favelas: uma construção metodológica que possibilite a compreensão da forma por meio da qual os moradores desses territórios experimentam e respondem às situações de saúde. O território, como categoria integrativa de análise para compreender os processos de determinação social da saúde, impõe à CAP se configurar como uma rede de diálogos interdisciplinares e entre diferentes agentes sociais. A análise da base material documental produzida no período 2003-2020, utilizando a sistematização de experiência como metodologia de pesquisa, resultou na identificação de três eixos que estruturam o método CAP, metodologia assim denominada: 1) o cotidiano como engrenagem da dinâmica da CAP; 2) o território e os agentes sociais do diálogo; e 3) as ferramentas artesanais de co-laboração com o território. A partir desses eixos, conclui-se ser o método CAP uma rede de produção de conhecimentos e interlocução entre pessoas-lugares-territórios.

Extended Action-Research Community: building knowledge and practices in daily and affective dialogue with the territory

“…To meet these challenges, we further approach Freire's perspective. As stated in the reflection mentioned above, we find in Paulo Freire's concepts of culture, dialogicity, and unprecedented viability the political-pedagogical bases that give meaning to the CAP of the Territorial Laboratory of Manguinhos 3 : the Community as a movement to promote autonomy and individual and collective freedom, as a space to produce knowledge about the territory and training for the emancipation of everybody, both residents and researchers 1 .…”

“…The workshop is a privileged collective space for dialogue, which promotes and favors critical reflection and is, therefore, a powerful space for the exchange and recovery of experiences, as well as for the regain of knowledge by residents. It is also, in the opposite sense, a space for humanization and expansion of knowledge for researchers, because it is a space where life conditions and health situations are confronted and reworked collectively, as a result of research, living and being in a given territory 1 .…”

“…Furthermore, CAP was originated based on the idea of an expanded community of peers, as a strategy of quality assurance in the production of knowledge, as an epistemological basis of post-normal science. In the same debate, the challenges of developing this method were presented in territories such as the favelas of Rio de Janeiro, where multiple forms of violence overlap and some limits to the expression and social and political participation of the population are evident 1 .…”