Terapia ocupacional: uma profissão feminina ou feminista?

Abstract

RESUMO Considerando que a maioria das terapeutas ocupacionais são mulheres e que a profissão foi pensada, em seu início, como uma profissão feminina, este ensaio recuperou a presença do movimento feminista no solo em que germinou a terapia ocupacional e suas possíveis contribuições para o desenvolvimento da profissão na atualidade. O texto foi construído a partir de um estudo teórico, histórico e crítico, que revisitou as origens da terapia ocupacional enquanto campo de práticas e saberes ligados ao cuidado para apresentar exercícios para uma genealogia da profissão, enfatizando a presença, em seu surgimento, nos Estados Unidos da América, no início do século XX, do ativismo político e do pensamento feminista. Dessa forma, buscou-se problematizar os contornos tradicionalmente impostos à profissão e reativar a dimensão ético-política que marcou fortemente sua emergência, questionando as desigualdades de gênero que a atravessaram ao longo desses pouco mais de 100 anos de existência. A aproximação de epistemologias feministas foi fundamental para a realização desse percurso, que buscou dar visibilidade à potência da terapia ocupacional para escapar às modelagens restritivas da vida e do trabalho no contemporâneo.

Fear of COVID-19 Impact on Professional Quality of Life among Mental Health Workers

“…Regarding profession, the reason is that MHWs operating remotely were excluded from the study, and as a consequence, occupational therapists were favoured numerically since their work is mostly conducted in person. Regarding gender, the over-representation of females is common in the field of psychology, occupational therapy, and nursing [ 69 , 70 , 71 ]. Notably, our sample (21% males vs. 79% females) is in concordance with other similar studies [ 17 , 21 , 25 ].…”

Pesquisar coletivamente: deslocamentos sensíveis em tempos de distanciamento

“…Essa herança relaciona-se a uma tomada de posição: pôr-se em face do mundo na luta pelo 'direito a ter direitos' para todas as pessoas -o que implica trazer para a arena política, da pesquisa e do pensamento, o cuidado e as formas de fazer e pensar que não coincidem com o modelo dominante do trabalho e da ciência. Essa herança tem sido reativada por terapeutas ocupacionais no Brasil e no mundo (p.164) 3 .…”

“Yo fui violentada adentro, estando en un lugar que me tenían que cuidar”: Experiencias de opresión y violencias en contextos de salud hacia mujeres con discapacidad y abordajes desde la terapia ocupacional feminista

“…Ello fue ratificado por la Federación Mundial de Terapeutas Ocupacionales, declarando que las personas tienen derecho a elegir por sí mismas, a no ser presionadas, forzadas o coaccionadas, a no participar en ocupaciones que puedan amenazar la seguridad, la supervivencia o la salud y aquellas ocupaciones que sean deshumanizadoras, degradantes o ilegales (World Federation of Occupational Therapists, 2019). En este contexto, la perspectiva de la Terapia Ocupacional feminista ha surgido para desnaturalizar prácticas de injusticia y erradicar prácticas de violencias y opresiones que viven las mujeres y colectivos marginales en el mundo, y a su vez, para generar prácticas de resistencia (Morrison & Araya, 2018;Lima, 2021). En Chile, nuestra profesión ha debido situarse frente a su responsabilidad política y social de reconstrucción de un país más justo, inclusivo y solidario, frente a las secuelas que hoy persisten heredadas por nuestra historia, como la discriminación, el racismo e inequidades sociales, evidenciadas especialmente en el acceso a salud digna para las mujeres con discapacidad (Dehays et al, 2016).…”