“…Essa violência está, ainda, relacionada ao estigma social em torno do adoecimento mental na criança e no adolescente, de modo que há a dificuldade do reconhecimento destes como seres que sofrem, esperando-se que a criança seja sempre feliz e sorridente, enquanto o adolescente pode até sofrer, pois é esperado, mas não a ponto de precisar de ajuda, o que também pode ser percebido através da demora em propostas de agenda e políticas públicas para a saúde mental infanto-juvenil. 13 Com efeito, cabe destacar que os indivíduos com transtornos mentais foram e ainda são, muitas vezes, qualificadas como "perigosas", "doentes", "anormais" ou "especiais". Essa mentalidade direta e indiretamente contribui para que esses indivíduos não recebam os devidos cuidados e atenção e, por conseguinte, atrapalha o exercício pleno do direito maior de cidadania, tirando-lhes a garantia de serem vistos como alguém que pode exteriorizar o seu sofrimento psíquico, tornando-os pessoas marginalizadas, sofrendo, pois, por preconceito, estigma e exclusão.…”