Movimentos e mobilizações sociais no Brasil: de 2013 aos dias atuais

Abstract

RESUMO Este artigo trata da diferença conceitual entre as mobilizações do século XXI e os movimentos sociais do século passado, mais perenes e estruturalmente organizados que os atuais. Analisa o contexto e as características das mobilizações de junho de 2013, a reação governamental naquele ano e em 2014, o processo eleitoral e a reação de mobilizações de extrema-direita em 2015 e em 2016. Conclui que a provisoriedade e a relação instável com o campo institucional tornaram todas as mobilizações desse curto período inacabadas e sem consequências políticas visíveis em relação às práticas políticas vigentes.

Os Coletivos No Horizonte Das Jornadas De Junho: Novos Sentidos Sobre Democracia E Participação

“…Ainda que a genealogia histórica dos coletivos remonte pelo menos aos movimentos de contestação da década de 1960, é notável como essa forma de mobilização social e política cresceu após as manifestações de 2013 (GOHN, 2019;PEREZ, 2019;RICCI, 2018). O fenômeno da multiplicação de coletivos vinculados a temas e domínios os mais variados do convívio social constitui um laboratório importante para alinhar o debate teórico contemporâneo da política à compreensão dos rumos recentes da democracia brasileira (PAIVA; LIMA NETO; SANCHES, 2023).…”

“…De alguma forma, o ano de 2013 ainda não acabou. Permanece a todo momento sujeito a reinterpretações tanto por parte de atores como de analistas, que debatem exaustivamente sobre suas causas e seus efeitos à luz de um presente histórico que não cessa de mudar (BRINGEL;PLEYERS, 2015;GOHN, 2019;PINHEIRO-MACHADO, 2019;RICCI, 2018).…”

Space as substance and substrate of action in networked social mobilizations

“…A fundamental shift in the logic of operation, communication, and organization of sociopolitical collective actions has been observed over the last century (Ricci, 2018).…”

Reflexões sobre mobilizações sociais em rede na contemporaneidade: novos exercícios de agência e cidadania

“…Há que se destacar ainda, ao lado da perspectiva socioespacial das Jornadas de Junho e predecessoras, o agenciamento de base on-line -essencial ao off-line (RICCI, 2018;RICCI;ARLEY, 2014). No bojo das mobilizações, foi comum o uso de rede sociais on-line e seus dispositivos para o convite à manifestação, a organização dos trabalhos, difusão de informações e comunicação irrestrita -para o caso dos países da Primavera Árabe que tinha a imprensa cerceada e os meios de se informar e comunicar restritos.…”