Introdução: Os genitores de recém-nascidos a partir do ano de 2020 vivenciaram a gestação durante a pandemia da Covid-19, período em que as incertezas foram evidentes no mundo todo. Ademais, o processo de gestar por si só é um período crítico e torna-se mais desafiador ao estar aliado a prematuridade e baixo peso como vivenciados pelos pais e mães do Método Canguru. Visando entender este processo o presente trabalho teve como pergunta norteadora: Como está sendo a experiência de gestar em tempos de pandemia? Objetivo: Caracterizar o binômio/trinômio de pais e mães das duas primeiras etapas do método canguru em hospital referência do Amapá e compreender suas experiências de gestar durante a pandemia, identificando os principais desafios vivenciados. Método: Estudo do tipo quali-quantitativo e descritivo, realizado através de entrevistas guiadas por questionários e tabuladas em planilhas. Foram levantados dados epidemiológicos, como: etapa no método canguru, peso do RN ao nascer, religião, vínculos de moradia, quantidade de consultas pré-natal realizadas na gestação e a percepção dos mesmos sobre a gestação em meio a pandemia. Resultados: A maioria dos entrevistados estava na segunda etapa do método, de predominância feminina, de faixa etária de 18-36 anos e recém-nascidos com média de 1.600 g de peso ao nascer. Os progenitores, em sua maioria, moram juntos, possibilitando uma maior rede de apoio ao RN aliada a predominância da prática cristã e um pré-natal satisfatório, da maioria dos participantes. As principais adversidades vivenciadas foram: a dificuldade para a marcação de consultas e a impossibilidade da participação do cônjuge nas rotinas da gestação devido as modificações nos atendimentos de saúde por conta da pandemia e da precariedade das estruturas de saúde do Estado; o isolamento social com importante impacto na saúde mental e o desenvolvimento de temor do adoecimento em si e em seus recém-nascidos. Conclusão: Diante dos dados apresentados define-se a pandemia da Covid-19 como um desafio para a maioria dos entrevistados. Destaca-se que as dificuldades que permearam estas gestações foram a marcação de consultas, a impossibilidade da participação do cônjuge nas rotinas da gestação, o isolamento social e o medo de infecção da doença.