Fluxos de Radiação e Energia em Caatinga Preservada e Cana-de-Açúcar no Semiárido

Abstract

Resumo Objetivou-se comparar os fluxos de radiação e de energia entre uma área de caatinga preservada e um cultivo de cana-de-açúcar irrigada no Semiárido brasileiro. Para tanto, foram analisados os componentes dos balanços de radiação e de energia, os dados ambientais (umidade, temperatura do solo, e regime hídrico) e o índice de cobertura vegetal, entre junho de 2015 e maio de 2016. No centro de cada área foi instalada uma torre micrometeorológica equipada com sensores eletrônicos. Como resultados, constatou-se que as principais diferenças no balanço de radiação entre a caatinga e a cana-de-açúcar estão associadas ao albedo e a emissão de radiação de ondas longas pelas superfícies. O fluxo de calor sensível (H) foi sempre maior na caatinga, enquanto o fluxo de calor latente (LE) foi superior na cana-de-açúcar (p < 0,05). Na caatinga, as partições de energia para o H, LE e fluxo de calor no solo (G) foram 64%, 34%, e 2%, nessa ordem; enquanto na cana-de-açúcar, foi de 12% para o H, 85% para o LE e 3% para o G; com diferenças significativas entre as superfícies (p < 0,05). Essas diferenças podem acarretar modificações no clima local e/ou regional, logo, devem ser consideradas nos modelos de simulação hidrológicos e climáticos.

The use of remote sensing for reliable estimation of net radiation and its components: a case study for contrasting land covers in an agricultural hotspot of the Brazilian semiarid region

“…Although R n of the irrigated areas is similar to that of the caatinga areas, the irrigated areas use a large part of this energy for transpiration (Carvalho et al, 2018;Teixeira et al, 2008), as it has higher soil moisture contents, which leads to a lower LST which may impact the local climate over these areas. It is very likely that these crops are using energy advected from nearby drier areas (e.g.…”

Balanço de radiação da cana-de-açúcar na região de tabuleiros costeiros de Alagoas, Brasil

“…No início do experimento o solo estava exposto em razão do tamanho da cana-deaçúcar, então a radiação de onda longa superficial (Rs) média decendial foi de 487,59 W m -2 , a qual decresceu ao longo do experimento com o aumento da altura da cana-de-açúcar e da nebulosidade/precipitação (Figura 5) até atingir uma média no final de 450,97 W m -2 . Isso ocasiona, como relatado por Carvalho et al (2018), numa menor Rs em razão da maior cobertura vegetal porque áreas não florestais são mais suscetíveis a variações microclimáticas sazonais, os quais encontraram Rs de 557,52 W m -2 em cana-de-açúcar em Juazeiro, BA. É importante destacar que Santos (2011) frisa a relevância de que a radiação de onda longa emitida pela superfície e a temperatura do solo sejam proporcionais.…”

Balanço de Radiação no Bioma Caatinga no Semiárido Alagoano

“…Isso significa dizer que a temperatura da superfície, da qual depende a Rs, tem uma resposta mais imediata a incidência de radiação solar, enquanto a temperatura do ar, da qual depende a Ra, depende de certa forma da inércia térmica, ou seja, existe todo um processo demorado de transferência desse calor para a atmosfera. Isso de certa forma é corroborado por Santos et al (2012) ao afirmarem que numa Caatinga em Petrolina-PE a maior parte da energia absorvida pela superfície é liberada na forma de calor sensível durante praticamente todo ano, enquanto Carvalho et al (2018) afirmam que 64% do Rn é destinado ao aquecimento do ar numa Caatinga, também em Pernambuco. Já Ferreira et al (2012) relatam que a Ra depende basicamente da emissividade efetiva atmosférica.…”