O artigo tem como objetivo discutir a tarefa ética e política da educação nos textos de Theodor W. Adorno reunidos na edição Educação e emancipação. Pretende-se mostrar que a concepção de formação defendida por Adorno se vincula à defesa de uma sociedade democrática. Contudo, levando em consideração sua crítica aos limites à emancipação, que é condição da democracia, a tarefa formativa se desenvolve de uma forma negativa como interrupção de um processo histórico com potencial para gerar novas catástrofes. A educação pode ser um meio para se opor ao autoritarismo e buscar dissolver as condições que levariam à repetição da barbárie, ainda que não possa ser considerada uma ferramenta para a transformação radical da sociedade. O texto discute o modo como Adorno concebe a tarefa formativa, sua influência na constituição da subjetividade e sua possibilidade de proporcionar ao sujeito experiências de abertura e de mediação com a realidade. Na atualidade, a contribuição de Adorno se mostra fundamental para a reflexão sobre as relações entre democracia, autoritarismo e educação.