Evolução da notificação de violência sexual no Brasil de 2009 a 2013

Abstract

O objetivo foi analisar a evolução das notificações de violência sexual no Brasil entre 2009 e 2013, dando especial enfoque ao estupro. Realizou-se um estudo observacional de série temporal, analisando dados entre 2009 e 2013, provenientes do banco de dados secundários coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A variável independente referiu-se ao número de notificações de violência sexual entre 2009 e 2013, sendo esta comparada a diversas variáveis sociodemográficas, de violência e de saúde. Os dados foram analisados por modelo de regressão linear generalizada de Prais-Winsten, determinando as variações como estável, crescente ou decrescente pela análise do coeficiente de determinação (R2 de Pearson) e nível de significância (p < 0,05). As notificações de violência sexual tiveram maior variação positiva em: 10-19 anos (364%), indígenas (520%), da Região Sul (414%), sexo feminino (331%) e baixa escolaridade (343%). Mais de 70% das notificações foram estupros, enquanto um terço foi casos de repetição, com decréscimo de notificações acompanhadas de espancamento. As características do agressor mantiveram-se estáveis. O local de ocorrência modificou-se, com menos casos ocorridos em via pública. Por fim, a taxa de notificação estupro aumentou em 590%, com tendência semelhante aos estupros dentro de casa e aumento da resolutividade dos atendimentos. O presente estudo evidencia o perfil sociodemográfico das vítimas de violência sexual notificadas no Brasil e o aumento da notificação de estupros atrelado aos casos em domicílio. Ainda, houve aumento da resolutividade das notificações.

Vocational training and sexual assault against women: challenges for graduation in nursing

“…6 Given the scenario of sudden social transformations, broken ties and setbacks in public policies, it is crucial to build dialogs on the theme during the professional training of future nurses who will take care of women in different contexts. [7][8][9] Appropriating knowledge about typology, explanations of violence and their repercussions contribute to equate health care and the guarantee of rights, as well as to offer care centered on the person, since violence manifests itself in the most diverse contexts, including of the university environment. 10 There have been recurring reports in the literature of professionals from the health sector and other public policy sectors about significant gaps in the approach to the topic during vocational training.…”

Estudo Epidemiológico Da Violência Sexual No Município De Aracaju, Sergipe, 2013 a 2016

“…Os achados do presente estudo, tomando-se a violência sexual de modo geral, sobre a maior taxa feminina relativa à masculina, coincidem com os da literatura (CERÓN-HERNÁNDEZ et al, 2017;BRASIL, 2018;GASPAR;PEREIRA, 2018;SENA et al, 2018;PLATT et al, 2018;SANTOS et al, 2018;SOUTO et al, 2018).…”

“…Este dado diverge de um estudo realizado em âmbito nacional, o qual apresentou aumento da prevalência com a idade (SCHRAIBER et al, 2008). No entanto, em uma série de outros estudos nacionais e internacionais é notória a prevalência da violência sexual perpetrada nesta fase infanto-juvenil (CERÓN-HERNÁNDEZ et al, 2017;BRASIL, 2018;GASPAR;PEREIRA, 2018;SENA et al, 2018;SOUTO et al, 2018).…”

Fatores de risco associados à exposição de adolescentes à violência sexual

“…A interrelação do início precoce do abuso e/ou exploração sexual persistente sugere que a educação e o apoio familiar foram eficazes em algumas situações para a descontinuidade dessas injúrias, mas em outros casos a família pode ser considerada um fator desencadeador desse processo de violência sexual (30,18). Os adolescentes, ao residirem com os pais ou responsáveis, estão sob supervisão familiar sendo considerado um fator de proteção, já que nessa visão os adolescentes se tornam menos suscetíveis à violência sexual (18,(56)(57)(58)(59). No entanto, os próprios pais podem ser os agressores estabelecendo uma relação de poder sobre a vítima, inibindo o processo de denúncia permitindo, dessa forma, que a violência sexual seja persistente contra esse jovem (59, 60).…”