Estudo Epidemiológico Da Violência Sexual No Município De Aracaju, Sergipe, 2013 a 2016

Abstract

Este estudo objetivou analisar o perfil das vítimas de violência sexual na cidade de Aracaju-SE no período entre 2013-2016. Trata-se de um estudo epidemiológico realizado a partir de dados agregados, obtidos em estratos populacionais, mediante consulta no Departamento de Informática do Sistema único de Saúde. Taxas de incidência foram calculadas com ajustes para o registro populacional de cada ano, e apresentadas na escala de 1:10000 habitantes. Elaborou-se um modelo de regressão binomial negativa para avaliar a razão da taxa de incidência (“incidence rate ratio” ou IRR) de violência sexual. O perfil da população exposta a esta violência foi predominantemente do sexo feminino, faixa etária de 10 a 14 anos e cor autodeclarada parda. Dentre os registros, os principais agressores foram amigos/conhecidos e o estupro foi o principal tipo de violência sexual notificado. Os dados reforçam a vulnerabilidade do sexo feminino a este tipo de violência, principalmente na faixa etária infanto-juvenil.

Violência sexual: análise epidemiológica entre os anos de 2010 a 2018 / Sexual violence: epidemiological analysis between the years 2010 to 2018

“…Perceber a violência sexual como resultante dessa desigualdade social, possibilita o entendimento dos malefícios a respeito da relação de dominação e poder. 1,15 Destarte, entende-se que frequentemente a violência sexual envolve um desequilíbrio com dois parâmetros básicos, sendo eles o gênero e a geração. 15,18 Mundialmente, segundo dados da United Nations Children's Fund (2014), uma população de 120 milhões de crianças e adolescentes do sexo feminino foram forçadas a praticar algum tipo de relação/ato sexual.…”

“…1,15 Destarte, entende-se que frequentemente a violência sexual envolve um desequilíbrio com dois parâmetros básicos, sendo eles o gênero e a geração. 15,18 Mundialmente, segundo dados da United Nations Children's Fund (2014), uma população de 120 milhões de crianças e adolescentes do sexo feminino foram forçadas a praticar algum tipo de relação/ato sexual. 19 Os dados desta pesquisa apontam para as elevadas taxas na faixa etária infanto juvenil (<1-14 anos), apresentadas como 71,2% do total de casos.…”

“…2021 amarelos, podendo estar associado ao predomínio da miscigenação no Brasil. 15 O estudo realizado por Gaspar e Pereira (2018) entre os anos de 2009 a 2013, apontam que a cor parda é predominante nas notificações de violência sexual no país. Porém, em estados como Santa Catarina a predominância está na cor de pele branca, justificando as variações que podem ocorrer nas diversas regiões do país.…”

Notifications of Sexual Violence in Brazil Between the Years 2015 to 2019: An Epidemiological Study

“…ção compulsória de violência feminina quando comparada com a masculina, o que também pode ser justifi cado pela expressão "masculinidade tóxica" e o medo de ter sua hombridade questionada (DELZIOVO et al, 2017;GASPAR;PEREIRA, 2018;ARAÚJO et al, 2019, SANTANA;PASSOS;SANTOS, 2020).…”