Diferenciais da prática contraceptiva no Município de São Paulo, Brasil: resultados do inquérito populacional Ouvindo Mulheres

Abstract

Resumo: A contracepção é fundamental para que as mulheres possam regular sua fecundidade, exercendo uma das dimensões dos direitos reprodutivos. No entanto, desconhecemos como elas enfrentam esse desafio na maior cidade do Brasil, São Paulo. Para preencher essa lacuna, o inquérito populacional Ouvindo Mulheres: Contracepção no Município de São Paulo foi realizado junto a uma amostra probabilística de 4 mil mulheres com 15 a 44 anos de idade, residentes nessa cidade, em 2015. Neste artigo, apresenta-se a prevalência da prática contraceptiva, analisam-se os fatores associados ao não uso de contracepção e aos tipos de contraceptivos em uso. A prevalência da anticoncepção foi estimada para mulheres com, pelo menos, uma relação heterossexual nos 12 meses anteriores à entrevista e que não estavam grávidas. Regressão logística foi utilizada para verificar fatores associados ao não uso de contracepção, e o modelo CHAID, para identificar associações aos tipos de contraceptivo em uso. A prevalência da anticoncepção foi 84,8% (IC95%: 83,2-86,3). Os contraceptivos mais prevalentes foram pílula e preservativo masculino. Associaram-se ao não uso de anticoncepção, religião (Pentecostal), número de filhos (menos do que 3), não ter usado contraceptivo na primeira relação sexual, não ter parceiro e não ter tido relação sexual no mês anterior. O número de filhos tidos e a idade da mulher foram os dois primeiros níveis de discriminação dos tipos de contraceptivo utilizados. A prevalência da anticoncepção é alta, mas mantém-se a concentração em dois métodos: anteriormente, laqueadura e pílula, agora, pílula e preservativo masculino. É necessário incorporar novos contraceptivos hormonais no Sistema Único de Saúde (SUS) e promover o uso de métodos de longa duração como o DIU.

Perfil sociodemográfico das mulheres que realizaram laqueadura tubária: uma revisão integrativa da literatura

“…As complicações da laqueadura tubária vêm sendo observadas por alguns autores, porém, outros estudiosos tem negado que existam tais complicações. A respeito das consequências do uso desse método na vida das mulheres, a principal delas que vem sendo cada vez mais abordada é chamada de ''síndrome pós laqueadura'', tendo destaque para os distúrbios menstruais, e por outro lado, na questão do arrependimento (Lago et al, 2020).…”

“…A volta procedimento cirúrgico veio a ocorrer nos anos 60, quando existiu um grande interesse pela esterilização voluntária, especialmente quando se tratava das questões populacionais, mas não se pode negar que diante da introdução de novas tecnologias, como a laparoscopia, foram surgindo novas técnicas com procedimentos mais simples e mais efetivas (Lago, et al, 2020).…”

“…Por se tratar um método de caráter definitivo, é necessário que haja um aconselhamento esclarecido sobre a eficácia, segurança, as vantagens e as desvantagens desse tipo de método, desencorajando essa escolha, pois é irreversível (Lago et al, 2020). Existem diversas técnicas de promover a ligadura das tubas uterinas, no entanto, a mais utilizada é a salpingectomia segmentar.…”

Utilização de métodos contraceptivos entre discentes do curso de Enfermagem de uma Universidade do Nordeste

“…A saúde sexual e reprodutiva é definida como a liberdade de mulheres e homens desfrutarem de sua sexualidade, de forma segura e sem constrangimentos, tendo autonomia de decidir sobre quando e quantas vezes desejam se reproduzir, e em caso negativo, tendo direito de acesso à métodos eficazes e seguros para contracepção. Em 1996, através da Lei nº 9.263/96, que trata do planejamento familiar, estabelece-se que para exercer os direitos da população serão oferecidos todos os métodos de concepção e contracepção disponíveis que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção (Brasil, 2013;Lago et al, 2020).…”

Desfechos da inserção de dispositivo intrauterino de cobre por obstetrizes e enfermeiras obstétricas em um centro de parto normal peri-hospital

“…Estudos regionais confirmam que o uso do DIU é realmente baixo, sendo da ordem de 3% no Rio Grande do Sul em 2015 (GONÇALVES et al, 2018) e 2,5% em São Paulo, no mesmo ano (LAGO et al, 2020). O implante, por sua vez, apresenta barreiras e dificuldades no acesso, devido ao seu alto custo e indisponibilidade na atenção primária, utilizado por 2% das mulheres (UNITED NATIONS, 2019).…”