Conhecimento e uso de cigarros eletrônicos e percepção de risco no Brasil: resultados de um país com requisitos regulatórios rígidos

Abstract

Resumo: Devido às incertezas sobre o impacto dos cigarros eletrônicos na saúde, o Brasil adotou, em 2009, regulamentação que proibiu venda, importação e propaganda desses produtos até que fabricantes possam demonstrar que são seguros e/ou efetivos na cessação de fumar. O objetivo do estudo foi analisar entre fumantes brasileiros: (1) conhecimento sobre existência de cigarros eletrônicos, uso na vida, e uso recente; (2) percepção de risco sobre cigarros eletrônicos comparados a cigarros convencionais; e (3) fatores correlacionados ao conhecimento e percepção de risco. Este é um estudo transversal entre fumantes brasileiros (≥ 18 anos) usando amostra de reposição da Onda 2 do Inquérito Internacional sobre Controle do Tabaco. Os participantes foram recrutados em três cidades por meio de um protocolo de discagem randomizada entre outubro de 2012 e fevereiro de 2013. Entre os 721 respondentes, 37,4% (n = 249) dos fumantes atuais conheciam cigarros eletrônicos, 9,3% (n = 48) relataram ter experimentado ou usado alguma vez na vida e 4,6% (n = 24) ter usado nos últimos 6 meses. Entre os que conheciam cigarros eletrônicos, 44,4% (n = 103) acreditavam que eles eram menos nocivos que os cigarros regulares (baixa percepção de risco). A “baixa percepção de risco” foi associada com ter maior nível educacional e com ter experimentado/usado cigarro eletrônico recentemente. Apesar das restrições aos cigarros eletrônicos no Brasil, 4,6% dos fumantes da amostra relataram uso recente. Programas de vigilância em saúde do Brasil e demais países deveriam incluir questões sobre uso e percepções sobre cigarros eletrônicos considerando os respectivos ambientes regulatórios.

Electronic cigarettes - the new playbook and revamping of the tobacco industry

“…The prevalence of e-cigarette use was associated with being younger, having parents with a higher level of education, and having smokers in the family 15 . Although the prevalence of regular e-cigarette use was lower than that reported for other countries, 16 , 17 as well as being lower that reported in a study evaluating a sample of individuals over 18 years of age in the Brazilian cities of Rio de Janeiro, São Paulo, and Porto Alegre, 18 the Oliveira et al study 15 calls attention to the high rate of awareness of e-cigarettes.…”

A proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil: sucesso ou fracasso?

“…Data about the use of electronic cigarettes in in Brazil is very limited and indicates that 4.6% of adult smokers have tried cigarettes or used electronic cigarettes in the last 6 months (the study did not distinguish between experimentation and continuous use) 72 . Another study carried out in university students revealed that 2.7% had tried it, and 0.6% had regular use of it 73 .…”

“…Studies on the use of ESDs in Brazil [72][73][74] have shown that the prevalence of use of these products was the lowest among countries participating in the International Tobacco Control Survey (ITC), but their use in life was not so different when compared to these other countries. Another important finding of the study is that a significant fraction of smokers, independent of country or level of regulatory restriction, believed that ESDs were safer than conventional cigarettes 72,74 .…”

Nível de conhecimento de estudantes do curso de graduação em Odontologia sobre cigarros eletrônicos

“…Na ausência de um instrumento validado na língua portuguesa, foi elaborado um questionário (quadro 1) com base em trabalhos previamente publicados 16,20 . Os dados coletados foram organizados em planilhas e os participantes divididos em três grupos: G1ingressantes (1 a e 2 a fases do curso); G2intermediários (4 a e 5 a fases); e G3 -concluintes (9 a e 10 a fases).…”

“…O número de usuários de CE vem aumentando a cada ano, e levantamentos mostram a existência de pelo menos 500 marcas diferentes no mercado, com considerável variabilidade no design do produto 13,14 . No Brasil, a comercialização, importação e propaganda de CE está proibida, assim como de quaisquer acessórios e refis a eles destinados 15,16 ; porém, há evidências de sua comercialização de forma ilegal 16 .…”