“…Tais análises têm indicado que estes espaços de encontro entre sociedade civil e estado envolvem diferentes tipos de formato e com possibilidades distintas de troca de conteúdo e de intermediação política (GOLDSTONE, 2003;GURZA LAVALLE;ZAREMBERG, 2014), para além de uma simples troca de favores clientelistas. Neste sentido, o conceito de intermediação tem sido empregado para abarcar a pluralidade de relações mobilizadas tanto a partir das relações promovidas em espaços de participação como conselhos, conferências, orçamentos participativos, mas também em outros formatos mais esporádicos e mesmo informais, como audiências, consultas, reuniões, visitas ou debates em bairros, ouvidorias, observatório de cidadãos ou comissões, (LÜCHMANN, 2018; VERA; GURZA LAVALLE, 2012), permitindo compreender seus múltiplos resultados, como a inclusão política, os processos de fiscalização de políticas, o exercício de representação junto aos governos e de accountability (GURZA LAVALLE; VERA, Ramon José Gusso 2011; LÜCHMANN, 2018). Como as intermediações são plurais é possível perceber usos, interações e repertórios para cada um desses espaços, bem como a presença de atores e grupos de interesse com perfil socioeconômico e posições políticas distintas, com conflitos e assimetrias de poder, usos clientelistas e/ou personalistas e distintas formas de representação de interesses (SILVA, 2006;LÜCHMANN, 2018;GURZA LAVALLE;ZAREMBERG, 2014).…”