Ádamo B. E. da Veiga, em "O fascismo transindividual" (VEIGA, 2022), desdobra a íntima relação entre o que nomeia "filosofia do transindividual" e o fenômeno político do fascismo, compreendido sobretudo a partir de Deleuze e Guattari. Nessa articulação, percorre diversas facetas dos temas, explora conceitos do díptico "Capitalismo e esquizofrenia", e, me parece, é bem-sucedido em seu principal objetivo de caracterização do fascismo como transindividual.Como o próprio Veiga admite, esse aspecto do fascismo já estaria posto em Deleuze e Guattari, o que se deve, diz ele, à apropriação que os autores fazem da obra de Gilbert Simondon, autor da "primeira formulação do transindividual", nos termos apresentados pelo artigo. Sem qualquer prejuízo à inquestionável relevância de Simondon na obra de Deleuze, com e sem Guattari, nem à originalidade de sua proposta, gostaria apenas de destacar, com um pouco mais de vagar, outro grande personagem em cena, que é inclusive mencionado, mas não exatamente no que se refere ao transindividual: