O segundo consenso de Washington e a quase-estagnação da economia brasileira

Abstract

RESUMO Enquanto nos aspectos éticos e sociais o governo Cardoso (1995-2002) foi bem-sucedido, seus resultados econômicos foram frustrantes. Nesses oito anos, a taxa de investimento não aumentou e a renda per capita diminuiu, enquanto as dívidas pública e estrangeira aumentaram substancialmente. Esse fraco desempenho econômico pode ser explicado por três causas encadeadas: um erro na definição da agenda, a adoção do Segundo Consenso de Washington e a alienação das elites. A decisão de definir a inflação alta como o principal problema a ser enfrentado, em vez de alcançar o equilíbrio em contas estrangeiras, representou um grande erro macroeconômico, o que pode ser explicado pelo Segundo Consenso de Washington. Esse consenso propôs na década de 1990 que os países altamente endividados deveriam crescer contando com a poupança externa, embora essa não seja a experiência entre os países da OCDE. O resultado foi avaliar o real, o aumento artificial dos salários e do consumo, de modo que, em vez de crescimento, aumentamos o endividamento. Por que essa estratégia foi adotada? Os interesses dos países ricos não são difíceis de adivinhar. Por parte do Brasil, a única explicação é a alienação das elites brasileiras em relação ao interesse nacional do país. Como resultado final, o governo Cardoso termina com outra crise na balança de pagamentos.

A brief history of development theory. From Schumpeter and Prebisch to new developmentalism

“…It is a thinking that has its roots in Marx, Schumpeter, and Keynes, but focuses on countries that had not, at that time, completed their national and industrial revolutions, that is, the capitalist revolution, and, to do so, had to face the opposition coming from the Global North -that is, from economic liberalism. The first generation of classical developmentalist economists included Gunnar Myrdal (1898-1987), Michal Kalecki (1899-1970, Raúl Prebisch (1901-1986), Simon Kuznets (1901--1985, Paul Rosenstein-Rodan (1902-1985, Ragnar Nurkse (1907Nurkse ( -1959, Hans W. Singer (1910-2006), Arthur Lewis (1915-1991), and Albert Hirschman (1915--2012. Rosenstein-Rodan and Hirschman argued that peripheral countries had not yet industrialized because they lacked the associated positive externalities and economies of scope and scale found in industrial countries.…”

“…The neoliberal diagnosis was simple. The state had become the prob-23 Bresser-Pereira (1970, 1972. 24 In 1987, Bresser-Pereira reacted similarly when he became Minister of Finance in Brazil and learned that the average import tariff on manufactured goods was 45%, with a like subsidy to manufactured goods exports in force since 1967.…”

“A gente nunca pensou que teria que recomeçar”: histórias de vida na extinção das fundações do Rio Grande do Sul

“…o contexto das políticas neoliberais desencadeadas na América Latina pelos chamados primeiro e segundo Consensos de Washington (Bresser-Pereira, 2003), é possível localizar, na história recente do Rio Grande do Sul, aquelas gestões que aderiram fielmente a esses preceitos, como a recente (2015)(2016)(2017)(2018), que optou por combinações de políticas de austeridade e de reformas, a partir do encolhimento da participação do Estado na sociedade via privatizações, extinções ou diminuições de funções a ele atribuídas. A narrativa das gestões neoliberais é a constante afirmação e convencimento da opinião pública de um contexto de endividamento do Estado que só seria vencido por sua própria dilapidação.…”

opção pelo urbano no sul global

“…A articulação do binômio encontra ressonância no próprio debate da gestão urbana per se, que adquire protagonismo após a década de 1990 (CLARKE, 1991;STREN, 1993;MATTINGLY, 1994), notadamente a partir dos ciclos de reforma estatal reunidos ao redor do que se convencionou denominar de New Public Management (CHRISTENSEN & LAEGREID, 2007; POLLITT E BOUCKAERT, 2011), caracterizado por uma modulação nova do discurso e da ação pública, em direção à formatos específicos de formulação e implementação de políticas setoriais. No caso das cidades e regiões latino-americanas, este movimento esteve vinculado à severos ajustes macroeconômicos de cunho liberal (BRESSER PEREIRA, 2003) com desdobramentos diretos, inclusive, para a política urbana (ARANTES et al, 2000;SOUZA, 2003).…”