Lógicas de espacialização missionária e agendas da cooperação internacional: uma perspectiva multissituada a partir de ações junto aos povos indígenas

Abstract

Resumo O artigo discute processos de espacialização de missões religiosas de origem protestante ecumênica que atuam junto aos índios, entendendo-os como parte dos mecanismos contemporâneos de formação do Estado e de gestão de territórios e populações. Busca complexificar as interpretações sobre a relação das missões com mecanismos coloniais e pós-coloniais de dominação, explorando a pluralidade de motivações, de formação de alianças e de sentidos veiculados por elas em diferentes espaços geográficos e períodos de tempo. Para isso, examina quatro casos, na Coreia do Sul, Noruega, Argentina e Brasil, analisando os nexos das missões com redes locais e transnacionais de apoio, notadamente no campo do desenvolvimento, dialogando com as discussões metodológicas na antropologia sobre as etnografias multissituadas.

International Development Cooperation in the Amazon

“…Projects related to the "Indigenous Population" stand out due to their significant number, which may reflect the increasing importance of this area in the international cooperation landscape (Barroso-Hoffmann, 2005;2009). The integration of indigenous affairs…”

“…However, despite the large number of projects, the spending on this sector remains low when compared to other sectors. This raises a discussion about how cooperation has been instrumentalized for this purpose (Barroso-Hoffmann, 2005;2009;Peres, 2003). The majority of these projects have budgets below us$ 1 million 18 and consist of actions to institutionally strengthen indigenous associations, as well as their defense and representation in terms of human rights, and also include support for local celebrations.…”

“Dale tu mano al indio”

“…Paralelamente, y sin especial conexión con la vertiente anglosajona de antropología del cristianismo, una arena de investigaciones centró su análisis en las articulaciones entre instituciones religiosas (o basadas-en--la-fe), agencias de cooperación internacional y proyectos de desarrollo social (Borstein, 2003;Occhipinti, 2005;Scherz, 2014;Barroso, 2015). En este espacio temático de "religión y desarrollo", los estudios examinaron desde enfoques teóricos divergentes las estrategias dinámicas en las políticas y discursos misioneros sobre el desarrollo, como también el rol de las ONGs basadas-en-la-fe en el entramado de relaciones interétnicas entre pueblos indígenas y campesinos (Occhipinti, 2011;Braticevic, 2011;Bolotta, Cheer & Fenner, 2019;Barroso & Abrantes 2020).…”

“…Como advierte con lucidez María Barroso (2015), resumiendo el campo donde se inscribió su investigación sobre los vínculos entre agencias de cooperación noruegas y pueblos indígenas en Brasil, a presença das missões contribuiu para o debate neste universo de um conjunto de questões relativas à definição de direitos dos "pobres", "vulneráveis" e de outras categorias que haviam sido tradicionalmente objeto de ações filantrópicas do mundo cristão, fixando o aparato do desenvolvimento como uma arena de debates não apenas técnicos mas também morais. (Barroso, 2015: 190) El recorrido histórico que va de los "pobres y necesitados indios", como escribió en su diario el misionero noruego Johnsen en 1915, hasta las banderas de la soberanía cultural y los derechos indígenas nos permitió avizorar algunos de los cambios en las interfaces entre emprendimientos religiosos y agendas de desarrollo en la experiencia de los pueblos indígenas chaqueños.…”

Mortes, invasões e garimpo em terras indígenas no estado de Roraima: entre mobilizações étnicas e conflitos sociais

“…Neste quadro surgiu uma articulação entre setores progressistas das igrejas cristãs (católica e protestantes), da academia (antropólogos formados nos novos cursos de pós-graduação) no final dos anos 1960 e, sobretudo, os povos e coletividades indígenas que passam a se organizar para lutar junto aos setores do Estado por seus direitos (BICALHO, 2010;PACHECO DE OLIVEIRA, 2001;MATOS, 1997MATOS, e 2006. A estes devemos agregar amplas redes internacionais que os povos indígenas de todo o mundo passaram a tecer entre diferentes países e nas organizações do sistema ONU (BARROSO-HOFFMANN, 2009). 20 Não sem tensões, estavam lançadas as bases da coalizão de forças reunida em 1988 na Assembleia Nacional Constituinte.…”