Componentes bioquímicos e epidemiológicos associados à resistência do arroz à mancha parda

Abstract

RESUMO A mancha parda (Bipolaris oryzae) é uma das mais importantes doenças foliares do arroz. Nesse estudo, alguns componentes de resistência e algumas variáveis bioquímicas amplamente conhecidas como mecanismos de defesa de plantas contra patógenos foram avaliadas em genótipos de arroz classificados, segundo SOSBAI, como moderadamente suscetível, moderadamente resistente e resistente, buscando entender epidemiológica e bioquimicamente como ocorre a variação na resistência dos diferentes genótipos. Sete cultivares de arroz foram inoculadas com 1 × 104 conídios mL-1 de B. oryzae nas quais foram avaliados os seguintes componentes de resistência: eficiência relativa de infecção (ERI); número final de lesão (NFL); comprimento final de lesão (CFL); taxa de expansão de lesão (r) e a severidade final (SF). Além disso, também foram avaliadas variáveis bioquímicas, como atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), peroxidase (POX), quitinase (QUI) e fenilalanina amônia-liase (FAL). Os resultados demonstram diferenças significativas entre as cultivares para os componentes de resistência, bem como nas atividades enzimáticas. Todos os genótipos testados foram suscetíveis a B. oryzae, variando quanto ao nível de resistência parcial a mancha parda. As variáveis de r e CFL apresentaram maior correlação com a SF indicando serem as variáveis que mais influenciam a intensidade final da doença em cada genótipo. Os genótipos com maior resistência parcial a mancha parda apresentaram alterações caracterizadas como antecipação, potencialização e prorrogação da atividade das enzimas QUI, FAL, CAT e POX.

RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO À MANCHA-PARDA E RESPOSTAS FISIOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS NAS PLANTAS À Bipolaris oryzae

“…A relação parasitária envolvida no processo infeccioso hospedeiro -B oryzae é do tipo necrotrófica e se caracteriza pela morte do tecido vegetal para, a partir disso, ocorrer a extração dos nutrientes necessários para o desenvolvimento do fungo (Dorneles et. al, 2019).…”

“…Na cultura do arroz a infecção pelo fungo B. oryzae é iniciada pelo micélio invasor, podendo entrar nas folhas através dos estômatos ou penetrar diretamente nas células epidérmicas e as lesões aparecem cerca de 18 h após a inoculação do patógeno na planta (Dallagnol et al 2014). Os sintomas, tornam-se visíveis por meio do mecanismo de ataque do fungo às enzimas de manipulação da parede celular do vegetal (Dorneles et. al., 2019).…”

“…mesmas letras, maiúsculas entre os genótipos e minúsculas dentro do mesmo genótipo, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P ≤ 0,05).Como mecanismo fisiológico de defesa das plantas também são encontradas enzimas que atuam degradando as estruturas do patógeno, como é o caso da Quitinase (QUIT), ilustrada na figura 6, que apresenta ação direta sobre o patógeno, especificamente na degradação da quitina que forma a parede celular dos fungos.Para a avaliação da atividade enzimática, pode se destacar que os níveis da enzima Quitinase 10 dias após a inoculação (DAI) variaram conforme a evolução da doença. Foi observado, também, nos trabalhos deDorneles et al (2019) que nas primeiras horas de infecção com B. oryzae ocorria aumento progressivo da atividade e redução no decorrer do tempo, indicando que os níveis da atividade da Quit estariam relacionados diretamente ao consumo da enzima. Os genótipos susceptíveis não apresentaram discrepância significativa entre o tratamento controle e o inoculado pelo teste de Tukey a 5%.…”