A doença de Chagas configura-se como uma das principais endemias negligenciadas na América Latina, causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, transmitido por triatomíneos (hemípteros hematófagos) conhecidos popularmente como “barbeiros”. A Vigilância Epidemiológica e a participação comunitária atuam no controle e prevenção dessa enfermidade. Este trabalho objetivou avaliar o conhecimento, percepção e práticas dos moradores do município de Barra, Bahia acerca da doença de Chagas. Avaliou-se o conhecimento popular por meio da aplicação online de um questionário semiestruturado. Os 62 moradores entrevistados afirmam conhecer o vetor, assim como a sua associação à transmissão da doença de Chagas, contudo, 31,8% relatam descartar incorretamente o inseto. O reconhecimento do triatomíneo ocorreu por meio de imagens contendo hemípteros predadores, fitófagos e hematófagos (Triatoma sordida), onde 95,2% identificaram corretamente o exemplar de triatomíneo. Quando interpelados sobre a cura clínica, 74,2% desconhecem essa possibilidade. Acredita-se que o conhecimento da população barrense é limitado, haja vista que 32,3% dos entrevistados relataram desconhecer o serviço de controle da doença no município, bem como, 37,1% informaram que não realizam medidas preventivas nos domicílios, embora exista elevada frequência de triatomíneos na região. A atuação da Vigilância Epidemiológica municipal em conjunto com a participação comunitária é indispensável no combate à doença de Chagas. Nossos resultados têm implicações importantes no desenvolvimento de futuros materiais e campanhas educativas envolvendo crianças, adolescentes, jovens e adultos em conjunto com os profissionais de educação e saúde do município na prevenção da doença de Chagas.