RESUMOEstudo dos discursos sobre os significados da humanização da assistência à saúde e suas transformações ao longo do tempo, através de pesquisa bibliográfica. As análises são pautadas por uma hipótese de leitura da Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn), inspiradas nas idéias de Michel Foucault, especialmente seu conceito de discurso. Identificamos como condições do aparecimento dos discursos: as características do profissional de enfermagem, a associação do significado de humanização ao conhecimento científico e a reafirmação de seu tradicional significado adequando-o a nova política de saúde. Como instâncias delimitadoras do discurso temos: a enfermagem, o governo, e a tecnologia. Também são apresentados sentidos atribuídos à humanização desde a década de 70 até os dias de hoje. Descritores: Cuidados de enfermagem; Prestação de cuidados de saúde; Enfermagem.
ABSTRACT
This study focuses the meanings and transformations of healthcare humanization along the time through a literature review. The analysis is pointed out by a reading hipothesis of Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn) and inspired by the ideas of Michel
INTRODUÇÃOOs diferentes discursos sobre a humanização da assistência à saúde e as transformações ocorridas em seu significado ao longo do tempo nos fizeram questionar a assistência à saúde prestada aos indivíduos e as características que lhe eram conferidas para torná-la humanizada. Desde quando é utilizada esta palavra e a que veio? Quais os sentidos que lhe são atribuídos? Em nosso entendimento, durante a formação não temos esclarecimentos suficientes sobre o tema, embora seja freqüente a referência à humanização como norteadora das ações de enfermagem.A leitura de artigos de periódicos revelou a existência de um grande número de textos que, já em seu título, fazem referência à humanização. Assim, nos propomos a compreender esta temática que envolve os profissionais que prestam cuidado ao paciente e fundamenta a prática de saúde proposta pelo governo, desde a atenção primária até a mais especializada. Partimos do princípio de que estas práticas são construções discursivas, que geram relações de poder e estão circunscritas