O artigo apresenta o jogo como uma possível ferramenta de intensificação urbana. A aposta na experiência, no experimento de uma práxis de apropriação ativa do espaço urbano, é alimentada pela ideia Levebvriana de que o direito à cidade consiste, para além do o acesso à ela, no direito de inventá-la. Para tanto, propôs-se um jogo, apresentado como Arcanos Urbanos, um jogo que lança cartas disparadoras de experiências urbanas direcionadas aos espaços públicos da cidade. Apostando nas potências espaciais e tomando seus conteúdos como matéria de expressão, em rede, os jogadores traçam uma movida de apropriação e encantamento e, juntos, também se engajam em um fazer. Fabricam com a cidade, numa relação de porosidade com o lugar, um espaço expressivo, onde são livres para ensaiar outros modos de habitar. Palavras-chave: direito à cidade, homo ludens, jogos urbanos, mística urbana.