2018
DOI: 10.11606/issn.2316-901x.v0i69p118-136
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A planta redescoberta: um relato do encontro da ayahuasca com o povo Yudjá

Abstract: Oferecendo-se mais como uma fala do que um artigo, este texto é um relato etnográfico sobre um movimento de recriação do xamanismo que tem animado o povo Yudjá nos últimos cinco anos e que foi deslanchado por seu encontro com a ayahuasca. A fim de desdobrar o meu próprio encontro com esse encontro, procuro criar uma vizinhança ou afinidade entre o movimento Yudjá, o conceito deleuze-guattariano de agenciamentos e certos movimentos que animam a ecosofia guattariana e as cosmopolíticas stengersianas.

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“…Praticantes há décadas da religião do Sétimo Dia, as manifestações proféticas taurepáng se transformaram com a paulatina incorporação dos elementos que estruturam a doutrina adventista. Mas ao mesmo tempo que rejeitam e até mesmo condenam as sessões de cura do piasán, afirmando que "pajé mexe com espíritos diabólicos", a forma pela qual dão sentido à experiência cristã revela traços de um modo específico de xamanismo (Lima, 2018), com destaque para a atuação dos pregadores. Líderes que intermedeiam o contato dos membros da congregação com a mensagem divina, nos cultos haveria também uma espécie de consubstanciação generalizada, na qual o alimento a ser repartido são as palavras de Deus, fala ritual que orienta e alimenta a alma dos fiéis.…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…Praticantes há décadas da religião do Sétimo Dia, as manifestações proféticas taurepáng se transformaram com a paulatina incorporação dos elementos que estruturam a doutrina adventista. Mas ao mesmo tempo que rejeitam e até mesmo condenam as sessões de cura do piasán, afirmando que "pajé mexe com espíritos diabólicos", a forma pela qual dão sentido à experiência cristã revela traços de um modo específico de xamanismo (Lima, 2018), com destaque para a atuação dos pregadores. Líderes que intermedeiam o contato dos membros da congregação com a mensagem divina, nos cultos haveria também uma espécie de consubstanciação generalizada, na qual o alimento a ser repartido são as palavras de Deus, fala ritual que orienta e alimenta a alma dos fiéis.…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…Neste sentido, se a antropologia se torna, como argumentam de la Cadena, (2017), Lima (2011) e Viveiros de Castro (2016), entre outros, uma teoria-prática de descolonização do pensamento, é porque a atividade de criação das antropólogas está em torcer o pensamento em branco através da criatividade conceitual da alteridade enquanto mote para implicar-se em seu branco textual, isto é, em seus pressupostos ontológicos. Assim, se conceitos como "perspectivismo ameríndio" são belíssimos esforços de criação e síntese teórico-etnográficos, sua produção depende, antes disso, do fato de que se constitua como a expressão de um mecanismo de criação e especulação através do qual os ameríndios criam e se relacionam com a alteridade (Kopenawa e Albert, 2015;Lima, 2018).…”
Section: Intelectual Pós-colonial: Ativista Imaginativounclassified
“…In this context, some indigenous groups that are held as traditional ayahuasqueiros , such as the Yawanawá and the Huni Kuin, have experienced a revival of their shamanic practices and resumed the consumption of ayahuasca influenced by their dialogues with members of the Santo Daime churches (Oliveira 2012; Platero 2018a). There are also reports about indigenous groups that did not previously employ ayahuasca and that have started to use the beverage influenced by the dialogues with the ayahuasca religions (see Pantoja 2001; Rose 2010; Stolze Lima 2018). Studies conducted in different ethnographic settings seem to indicate an interesting recurrence: even among the peoples who did not previously consume ayahuasca, this beverage is often connected to a process of reclaiming tradition and to a revival of the shamanic practices (see Pantoja 2001; Rose 2010; Stolze Lima 2018, among others).…”
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“…There are also reports about indigenous groups that did not previously employ ayahuasca and that have started to use the beverage influenced by the dialogues with the ayahuasca religions (see Pantoja 2001; Rose 2010; Stolze Lima 2018). Studies conducted in different ethnographic settings seem to indicate an interesting recurrence: even among the peoples who did not previously consume ayahuasca, this beverage is often connected to a process of reclaiming tradition and to a revival of the shamanic practices (see Pantoja 2001; Rose 2010; Stolze Lima 2018, among others). At the same time, many Santo Daime churches become “indigenized,” conducting rituals that include indigenous references and the “forest medicines,” such as rapé, tobacco, sananga, and kambô.…”
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