Espectros da morte em duas narrativas de Thomas Bernhard

Abstract

Nos romances do escritor austríaco Thomas Bernhard, a morte de alguém próximo ao narrador serve de motivo para que este inicie o relato de suas memórias. Nossa proposta é verificar como o estatuto da morte configura o espaço literário de duas obras de Bernhard, a saber, O náufrago (1983) e Árvores abatidas – uma provocação (1984). Considerando que, nesses romances, a morte se dá pela via do suicídio, utilizaremos como fundamentação teórica o Seminário 10 – A angústia, livro em que Jacques Lacan aponta o suicídio (ou passagem ao ato) como uma forma encontrada pelo sujeito para sair de uma cena a qual ele não conseguiria mais sustentar pela palavra. Desse modo, abordaremos como o contato com a morte reverbera na subjetividade do narrador, já que a morte também é responsável por seu retorno à Áustria, país de onde ele sempre tentara se desvencilhar.

Spatial distribution of suicides in Mato Grosso, Brazil, from 2008 to 2018

“…The understanding of suicide throughout history has changed significantly. The practice was seen as brave/heroic (Ancient Greece), criminal (Ancient Rome), and sinful (Middle Ages), before it began to be understood as a mental health problem (19th century) and a public health problem which affects people from all ages, genders, and social classes (20th and 21st century), which can be prevented and treated (Santos & Maas, 2019).…”