O sangue possui um papel fundamental da manutenção da sobrevida de pacientes durante a realização de procedimentos cirúrgicos eletivos. A transfusão de concentrados de hemácias é capaz de corrigir rapidamente o estado anêmico e melhorar a oxigenação, no entanto, sua realização está associada a desfechos adversos. Em pacientes oncológicos está ligada a pior sobrevida e maior risco de recidiva. Dessa forma, buscou-se analisar as reservas de concentrado de hemácias e avaliar o perfil dos pacientes submetidos as cirurgias eletivas, em um hospital oncológico. Foi um estudo do tipo observacional, descritivo com delineamento transversal, com análise de todas as fichas de solicitações de concentrado de hemácias para reserva cirúrgica, com uma amostra de 1386 solicitações. As mulheres e a faixa etária entre 40 e 79 anos foram o público mais transfundido com concentrados de hemácias, as cirurgias eram de grande porte, os setores responsáveis pela maior número de transfusão foram cirurgia oncoabdominal e oncoginecologia, assim como as patologias desses setores câncer de estômago e câncer do colo do útero; procedimentos com excesso de compatibilização foram tratamento cirúrgico para epilepsia, traquelectomia, arteriografia e esplenectomia; a maioria dos procedimentos apresentou um índice de pacientes transfundidos > 10% para os quais é necessário a reserva do hemocomponente, já na análise do Maximal Blood Order Schedule, notou-se que uma ampla gama de procedimentos necessita de duas unidades de concentrados de hemácias. Isso gerou subsídios para estimular o uso racional do sangue na instituição de saúde.