Resumo: O artigo focaliza as tendências atuais da Literatura canadense em línguas inglesa e francesa, destacando ainda a forte presença atual da literatura indígena ou aborígene, que se exprime principalmente em língua inglesa. O artigo salienta a importância no atual contexto literário do Canadá as literaturas chamadas de migrantes ou transnacionais que são as produzidas por autores de diferentes nacionalidades chegados ao Canadá e que, tanto em língua francesa como inglesa, se caracterizam pela hibridação das culturas de origem de seus autores com as culturas do país de chegada. Desde 1991, quando foi fundada a ABECANAssociação Brasileira de Estudos Canadenses -, a literatura canadense vem sendo ensinada em universidades, debatida em colóquios e traduzida para o português, como é o caso dos romances de Nancy Huston, Marcas de Nascença e Dolce Agonia, e do ensaio, Espécie fabuladora, todos publicados pela L&PM. Contudo, a literatura canadense ainda permanece distante do público leitor brasileiro que, com raras exceções como as que acabamos de citar, só tem acesso a ela no original, em língua inglesa ou francesa.Essa é a peculiaridade do Canadá: a presença de uma literatura de língua inglesa e, de outra, de língua francesa, que se autodenomina quebequense, pois é originária da província francófona do Quebec. Contudo, falar do bilinguismo canadense, que se revela plenamente em duas expressões literárias distintas, não é suficiente para caracterizá-las, já que o grande contingente de imigrantes que chegam em vagas sucessivas ao Canadá deu origem a uma literatura caracterizada por uma extraordinária diversidade cultural, desconstruindo de algum modo o conceito de identidade nacional. Fala-se hoje, no Canadá, em literaturas migrantes ou transnacionais, pois seus autores escrevem em uma espécie de entre-lugar entre os países de origem e o país de acolhida, o Canadá, dando origem a textos necessariamente híbridos, pois esses escritores buscam representações em dois (ou mais) horizontes culturais.Trata-se de uma verdadeira poética do Diverso, para utilizarmos a expressão do poeta antilhano Édouard Glissant, que busca compartilhar com seus leitores os : http://dx.doi. org/10.15448/1984-7726.2015.2.21337 Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma licença Creative Commons -Atribuição 4.0 Internacional.