Neste artigo analisamos como a oralidade pode dar continuidade a práticas ancestrais. Iniciamos o estudo do tema referindo-nos às bruxas medievais, refletidas nas atuais benzedeiras, cuja arte de curar através da palavra e de um modus faciendi próprio vem perpetuando uma prática social que remonta à infância da humanidade. Para embasar nossas considerações, nos fundamentamos em investigadores da área como Conceição (2008), Rosário et al. (2014), Theotonio (2011) e Silva (2009) e ilustramos esta pesquisa exploratória analisando uma benzedeira da cidade de Tianguá, no Ceará, com quem fizemos uma entrevista semiestruturada e três observações participativas. Concluímos que a oralidade é um fator inestimável de preservação da memória quando o tema é o curandeirismo e que é mister conservarmos a tradição da benzedura, que pouco a pouco se vai perdendo, por desestimada que é na urbanidade pós-moderna em que vivemos, invisível para a mídia e preterida pela literatura, que a exclui.
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