Embora algumas pesquisas abordem a função da escola, esse tem sido um tema tratado quase sempre de forma secundária nessas pesquisas. Nesse sentido, é relevante abordar essa temática, tendo em vista que os fenômenos estudados no cotidiano escolar estão atravessados por intencionalidades que implicam nesta função social, a qual, inevitavelmente, interfere nos fenômenos outros que caracterizam o dia a dia escolar. Deste modo, com o intento de pensar a função da escola pública estadual paulista de Educação Básica, acreditando que a escola não se explica por si própria, mas sim através da relação que estabelece com a sociedade, este texto apresenta resultados de pesquisa que buscou identificar e analisar a função atribuída à escola pública estadual paulista expressa em documentos oficiais, bem como a elaborada por professores e alunos. Para tanto recorreu-se à análise de documentos oficiais que orientam o funcionamento da escola pública paulista e, também, a entrevistas semiestruturadas coletivas realizadas com um grupo de alunos e um grupo de professores de uma escola dessa rede. A partir da articulação dos olhares dos participantes com o referencial teórico e a análise dos documentos oficiais se faz possível ponderar que esta escola, que atende à classe trabalhadora, tem fundamentado sua função em uma proposta de educação limitada, disseminando conhecimentos básicos para o trabalho, distanciando-se demasiadamente da socialização do saber e da produção deste saber.
No intuito de atuar com foco nos conflitos existentes no ambiente escolar, o Estado de São Paulo tem contado com a inserção do Professor Mediador Escolar e Comunitário. Pensando na recente implementação deste profissional, esta pesquisa objetivou refletir sobre a possibilidade do trabalho com a mediação de conflitos na escola auxiliar o desenvolvimento moral dos alunos. Para tanto, a metodologia empregada foi qualitativa descritiva, utilizando-se de levantamento de dados, entrevistando-se oito participantes, sendo duas Professoras Mediadoras Escolares e Comunitárias, duas Professoras e quatro alunos. Os resultados foram analisados à luz da Análise de Conteúdo, tais resultados refletem a compreensão dos participantes acerca da mediação e como esta vem sendo desenvolvida no contexto escolar, como também o que se entende por desenvolvimento moral. Acredita-se que pesquisas nesta área possam auxiliar na avaliação do trabalho desenvolvido, bem como no desenvolvimento destas propostas. Pode-se observar que os profissionais de educação se sentem inseguros frente aos conflitos interpessoais, tendendo a evitá-los e não a vislumbrá-los enquanto possibilidade de aprendizado e desenvolvimento.
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