This article aims to retrieve the history of Hansen's disease in Brazil, analyzing the medical thinking of the time and the shaping of health policies that permitted the implementation, in São Paulo, of a prophylactic policy of compulsory exclusion for all Hansen's disease patients. It also analyzes how the structuring and implementation of this policy led to a 'São Paulo model' that strongly influenced the rest of the country. It addresses the creation of the state's network of leper colonies, their characteristics and the emergence of a veritable 'parallel state' that endured until 1967, with complete disregard of all the changes taking place in both national and international prophylactic policymaking.
Esse artigo analisa como que a prática do isolamento compulsório dos pacientes de hanseníase no Estado de São Paulo contribuiu para que o estigma da hanseníase atingisse pessoas que nunca portaram a doença, como foi o caso das crianças sadias filhas de portadores de hanseníase. Discute como que os ideais eugênicos contribuíram para a formação de uma postura médica que, mesmo a revelia dos progressos científicos e das recomendações internacionais, perpetuaram medidas de discriminação e segregação dessas crianças. Demonstra como estas acabaram por se tornar portadoras de um "estigma congênito" que as acompanharia por toda a vida e como isto resultou na diminuição de possibilidades de vida, obrigando-as a esconder sua situação de internas ou egressas de Preventório se quisessem competir em igualdade de condições quando da procura de emprego ou no estabelecimento de relações sociais. Analisa ainda a vida dentro dos Preventórios, a separação da família e o quotidiano de centenas de vidas moldadas dentro de estruturas de controle, nas quais a violência e o arbítrio se faziam em nome de uma visão distorcida de profilaxia. This work analyses how the compulsory isolation practice of Hansen's disease patients in the State of São Paulo has contributed for the Hansen's stigma affecting people that never had the disease - the case of healthy children of Hansen's disease carriers. The present article discusses how eugenic ideals have contributed for the formation of a medical posture that even despite scientific advances and international recommendations has perpetuated discriminatory and segregational measures against these children. The paper shows how such children ended up by carrying life long "inborn stigma" that has resulted in the hindering of their life possibilities that made them hide their former condition of interns or egresses of preventive centers to compete in society under equal conditions for jobs and the establishment of social relations. It also analyses the life in the preventive centers, separation from the family and the daily life of hundreds of lives shaped within control structures where violence and arbitrariness were practiced in the name of a distorted view of prophylaxis
Analisa a religiosidade de pacientes portadores de hanseníase que viveram dois períodos distintos da história do tratamento dos doentes: o do internamento em asilos e o da prática atual. Dez entrevistas semiestruturadas focalizaram saúde, religião e hanseníase, abordando os meios de enfrentamento religioso nos dois grupos. No grupo de ex-internos, constatou-se a presença da religião institucionalizada, que atendia aos propósitos de vigilância e da terapêutica isolacionista. Os atuais portadores de hanseníase ainda sentem o peso do estigma da 'lepra' em determinadas situações. Foram aplicados também cinco questionários a profissionais de saúde do DHDS, que apresentam suas considerações sobre a religião do paciente e o tratamento.
[RETIRADO/WITHDRAWN] A coletânea reflete a produção de um dos segmentos de pesquisa do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da Universidade de São Paulo(LEER-USP). Os ensaios aqui reunidos inserem-se em um campo do conhecimento ainda pouco explorado: o da história das doenças, dos medos, da discriminação e de sua repercussão no meio social.
RESUMO: A história da hanseníase está profundamente interligada com uma herança medieval de estigmatização e preconceito. Esse artigo procura demonstrar como este processo ocorrea e continua permeando o imaginário coletivo sobre a doença. Ao realizar uma comparação entre "lepra" e tuberculose, e de como ambas são tratadas pela literatura, procura-se aqui apontar a força do imaginário sobre o real, e de como a estigmatizaç&o tem conseguido resistir ao avanço cientíGco e a descoberta da cura da doença PALAVRAS CHAVE: doença, estigma, haosenfase, tuberculose, literatura.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.