John O’Malley SJ, historiador norte-americano, pesquisando o Concílio Vaticano II, chamou a atenção para o fato de que estilo não é questão de adorno da linguagem, mas expressão da verdade mais íntima e mais profunda do sujeito. É o jeito de ser (O’MALLEY, 2014). A sinodalidade é um novo modo de ser Igreja e, portanto, um novo “estilo”: uma Igreja menos autocrática e mais colaborativa, uma Igreja pronta a ouvir e levar em consideração os diferentes pontos de vista, uma Igreja aberta e transparente, menos unilateral nas tomadas de decisão, comprometida com a equidade e trabalhando com pessoas e instituições fora da comunidade católica, uma Igreja que presume a inocência enquanto não se prove a culpa, que se abstenha de juramentos secretos, denúncias anônimas e táticas inquisitoriais. Essa era a proposta de João XXIII para atualizar a Igreja, tal como expressou no discurso programático Gaudet Mater Ecclesia, com que inaugurou o Concílio (...)
Quero colocar esta minha contribuição diante da realidade que estamos atravessando –, o drama da pandemia; da falta de compaixão das autoridades que desconsideram a questão dos alimentos enquanto tantos irmãos carecem do sustento cotidiano; da não compreensão por boa parte dos cristãos do real sentido da mesa eucarística e, finalmente, da crescente retomada da cristandade em muitos grupos reivindicam o direito à eucaristia, mas ainda não compreendem o que ela de fato significa. Em meio a esses desafios, lembramos também da preparação para o XVIII Congresso Eucarístico Nacional que, devido à pandemia, foi transferido para o próximo ano e tem como tema “Pão em Todas as Mesas” e o lema “Repartiam o Pão com alegria e não havia necessitados entre eles”. O propósito, de acordo com dom Fernando Saburido, é “promover a comunhão das Igrejas em torno da Eucaristia, no desejo de que esse evento, que reúne o Brasil em terras do Nordeste, nos leve a entender que o ‘Pão da Vida’ move a Igreja a sair de si, das zonas de conforto, para alcançar as periferias existenciais bem lembradas pelo Papa Francisco”. Esta contribuição constará de três partes. Na primeira será aberto um espaço para o sentido da mesa no contexto da Sagrada Escritura. Buscamos fazer uma reflexão fenomenológica sobre o alimento social, familiar, pessoal. Num segundo momento, desenvolvemos um breve comentário de algumas passagens do Antigo e Novo Testamento sobre comensalidade e Eucaristia e finalmente, vem proposta uma reflexão sobre a eucaristia como memorial.
As migrações internacionais e as várias abordagens constituem o contexto da nossa pesquisa. Interessa-nos entender com qual pensamento e com qual prática a Igreja se aproxima das migrações. Trata-se, na verdade, de se perguntar: qual teologia, qual missão e qual pastoral a Igreja propõe e promove no campo da mobilidade humana? A missão e a pastoral são obviamente uma direta consequência do pensamento, da teologia que inspira toda intervenção pastoral. Por isso, o nosso objetivo principal é o de encontrar a definição de uma teologia que seja mais adequada para nutrir e inspirar a missão e a pastoral da Igreja entre os migrantes. Acreditamos, mas obviamente devemos encontrar fundamentação, que a pergunta por qual teologia?, encontre a sua resposta exatamente na “estranheza” do migrante, hoje um emblema paradigmático do outro como outro. Disso vem a necessidade de demonstrar que o reconhecimento do migrante como outro, como estrangeiro, está na base de todo discurso sobre migrações e é contribuição importante para a sua gestão. Mas não só. O reconhecimento do migrante enquanto migrante é a revelação da nossa verdade antropológica e, ao mesmo tempo, da nossa verdade teológica. Diríamos que a pretensão do estudo é abrir a janela “migrações” como um “espaço” que nos permite falar de Deus e do homem, da Igreja e do mundo. Não apenas nos permite falar de Deus, mas de falar com Deus e de encontrá-lo no rosto do irmão migrante, com o qual o próprio Cristo se identifica: “Eu era estrangeiro e me acolhestes” (Mt 25,35). Num segundo momento, faremos uma reflexão sobre o dado litúrgico-celebrativo e a questão das migrações. A ideia é pensar uma liturgia mais humana e hospitaleira.
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