A síndrome do roubo subclávio foi descrita pela primeira vez por Contorni 1 e é causada pela oclusão ou severa estenose da artéria subclávia ou da artéria inominada, proximal à origem da artéria vertebral. Nesta síndrome ocorre uma inversão do fluxo na artéria vertebral que ocasiona o surgimento de sintomas decorrentes da hipoperfusão cerebral. A doença obstrutiva da artéria subclávia tem etiologia diversa e na maioria das vezes é conseqüente a doença ateromatosa, porém obstrução de origem inflamató-ria, congênita, embólica e traumática são também descritas 1,2 . Dentre os traumatismos vasculares os relacionados aos vasos subclávios são os menos freqüen-tes pois estes são protegidos por um conduto muscular-esquelético, pelo esterno e pelas clavículas. As causas mais comuns nesse seguimento são os traumas penetrantes, representados principalmente pelas lesões por arma de fogo. Embora nas contusões e fraturas da cintura escapular exista o risco de dano vascular, a lesão 0,da artéria subclávia com desenvolvimento da inversão circulatória vértebro-subclávia em conseqüência de trauma torácico fechado é um achado raro [3][4][5] . O presente relato objetiva apresentar um caso de síndrome do roubo subclávio conseqüente a trauma torácico fechado, com breves comentários acerca de metodologias diagnósticas e opções terapêuti-cas. RELATO DO CASOF.M.A.P., 43 anos, sexo feminino, professora, vítima de acidente automobilístico, apresentou trauma tóraco-abdominal fechado e trauma crânio-encefalico. Foi atendida inicialmente em hospital pró-ximo ao local do acidente onde foram realizadas as manobras de ressuscitação, e transferida para hospital de maior porte por necessidade de internamento em unidade de terapia intensiva.Na segunda unidade hospitalar a paciente foi submetida a tomografias computadorizadas do crâ-nio, tórax , abdome e quadril que evidenciaram: a) imagens sugestivas de lesões isquêmicas cerebrais em regiões parietal, occipital e frontal à esquerda b) pneumotórax e contusões pulmonares à esquerda, derrame pleural bilateral e fratura do segundo arco costal direito c) hematoma intraperitonenal e pneumoperitôneo.A paciente foi submetida à drenagem do hemitórax esquerdo e laparotomia exploradora durante a qual foi identificada e tratada uma lesão de víscera ôca (íleo). Durante o ato cirúrgico foi solicitada avaliação da cirurgia vascular ao ser percebido sinais de isquemia no membro superior direito. Ao exame físi-co, realizado pelo cirurgião vascular na sala de cirurgia, foi detectada ausência de pulsos e diminuição da perfusão no citado membro, porém, à dopplerfluxometria arterial foi evidenciado sinal doppler bifásico na artéria subclávia direita distal. Devido ao grave estado geral da paciente e à ausência de
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