Resumo O presente estudo aborda dois aspectos interligados da trajetória de Ferreira Gullar: ora o questionamento em relação à poesia, ora a interrogação sobre o tempo. Desde o início de sua obra, o hiato entre mundo e palavra é constantemente problematizado, assim como a passagem da vida, em sua ocorrência fugaz, para a matéria perene do poema. Esse conflito manifesta-se não apenas na temática, mas também na formalização mesma do poema. Por vezes, a tensão resultante entre arte e vida leva à insatisfação do poeta contra suas próprias realizações. Depois de percorrer diferentes momentos da produção de Gullar, e tendo comentado como o Poema sujo tenta aprofundar essa reflexão, conclui-se que houve uma relativa transformação nos últimos livros do poeta, quando ele parece se aproximar de uma tentativa de conciliação entre a composição artística e a transitoriedade do tempo presente.
Although it may seem an impossible task to offer a panorama of contemporary Brazilian poetry, we will discuss a selection of poets who possibly epitomize the most significant current trends. We start with a brief presentation of four well-regarded authors whose works represent major poetic currents: Augusto de Campos, Francisco Alvim, Armando Freitas Filho and Adélia Prado. We then comment on excerpts from a few important younger poets, whose works embrace several different tones and styles, from indigenous symbolic mythology to crude or ironic testimonials of life in the big city, from melodious lyrical intimacy to a more social perspective. For the second part of this article, we have chosen Paulo Henriques Britto, Josely Vianna Baptista, Ricardo Aleixo, Carlito Azevedo, Eucanaã Ferraz and Ana Martins Marques. We hope this preliminary selection may awaken the interest of future readers to the enormous variety and richness of Brazilian poetry.
Este texto faz uma breve apresentação do livro de estórias Velhos Amigos, de Ecléa Bosi, do ponto de vista do tom dominante, do estilo, dos temas e de suas principais motivações.
A obra teórica e poética de Baudelaire se debruça diversas vezes sobre a questão da representação, ora criticando o realismo "pedreiro", ora caricaturizando o romantismo mais edulcorado. No Spleen de Paris: pequenos poemas em prosa, tal discussão assume uma configuração até mesmo ética, quando, n’ "O mau vidraceiro", o poeta se insurge contra o próprio mecanismo da reprodução, seja do ponto de vista artístico, seja do ponto de vista social. Ao comparar esse texto com o de seu amigo e editor Arsène Houssaye, que publicara o poema em prosa "A canção do vidraceiro" sobre tema similar, percebe-se que duas concepções de mimese são oferecidas, cada qual revelando uma poética e uma visão de mundo bem distintas.
O artigo se debruça especialmente sobre o ensaio de Antonio Candido, “As rosas e o tempo”, em que se destacam análises de poemas nos quais estas flores são imagens centrais. Também se refere ao seu estudo “La figlia che piange”, no qual o crítico busca interpretar algumas imagens na poesia de Eliot. Ora simbolizando a juventude e a beleza passageiras, ora a vitalidade amorosa, ora, por fim, a possibilidade de renovação social futura, as rosas e as flores em geral percorrem a poesia em diferentes estações históricas seja através de um tom intensamente lírico, seja, por vezes, na modernidade, através de um lirismo mesclado com inflexões irônicas e críticas.
NOSSO PROPÓSITO É DISCUTIR AS RELAÇÕES ENTRE ARTES PLÁSTICAS E POESIA NOS ANOS 70 E VERIFICAR COMO OS DESDOBRAMENTOS DAS MANIFESTAÇÕES DA ÉPOCA CONTINUAM OU NÃO A VALER HOJE COMO FONTE DE INSPIRAÇÃO. AO COMPARAR AS REFLEXÕES QUE ACOMPANHARAM A TRAJETÓRIA DE ALGUNS ARTISTAS PLÁSTICOS E POETAS AO LONGO DAQUELE PERÍODO, PARECE-NOS EVIDENTE QUE PONTOS CRUCIAIS DE TRANSFORMAÇÃO TORNAM SEUS PERCURSOS ATÉ CERTO PONTO PARALELOS. A RADICALIDADE DA ANTIARTE TORNOU-SE UM DESAFIO, QUE REPERCUTE COMO MARCA DE UMA CRISE PROFUNDA QUE LEVA TANTO A IMPASSES COMO A QUESTÕES NÃO RESOLVIDAS QUANTO AO QUE É A ARTE CONTEMPORÂNEA.
O título, junção de uma frase da poeta argentina Tamara Kamenszain e de um verso do poeta brasileiro Luca Argel (residente em Portugal), intenta sintetizar alguns traços que pretendemos evidenciar na atual poesia brasileira. Escolhemos poetas que vêm se destacando recentemente (Simone Brantes, Daniel Francoy, Ana Estaregui, Luca Argel) para observar a convergência de certo “sentimento de mundo”. Em todos, ressaltamos três facetas interligadas: a falta de atrito entre literário e não literário; a aparente concentração da vida aos seus aspectos estritamente cotidianos e miúdos; a redução do tempo ao presente invariável. Esse último traço se articula com a noção de “presentismo” e com reflexões de Rosa Maria Martelo sobre o desejo de ralentamento do tempo na poesia hoje.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.