RESUMO Como entender uma teoria da felicidade enquanto sabedoria de vida, elaborada a partir de noções como as de uso prático da razão e de caráter adquirido, no pensamento do grande metafísico pessimista que certamente foi Schopenhauer? O presente artigo sustenta a hipótese de que o pessimismo schopenhaueriano pode ser melhor compreendido se considerado, por um lado, como um pessimismo metafísico, e, por outro, como um pessimismo pragmático. Para tanto, procuro mostrar em que medida a consideração da peculiar eudemonologia do pensador é fundamental para uma compreensão mais abrangente de seu pessimismo.
Resumo: O artigo investiga os dois diferentes modelos de "observação psicológica" que Arthur Schopenhauer e Paul Rée elaboraram, enquanto parte de suas filosofias morais, pretendendo elucidar as críticas do último à moralidade e à psicologia empírica do primeiro. Para tanto, num primeiro momento, a investigação pauta alguns dos principais conceitos da filosofia moral schopenhaueriana, para, com isso, especificar os principais momentos da elaboração da referida psicologia empírica e o seu alcance no interior dessa filosofia. Destaca-se o caráter descritivo - mas, ainda assim, moral e crítico - atribuído por Schopenhauer a tal psicologia, no sentido de Psychologische Bemerkungen. Num segundo momento, indicam-se elementos conceituais que permitem pensar a recepção e as críticas de Rée a essa mesma noção, a partir da sua obra Psychologische Beobachtungen, que, mesmo declarada pelo autor como sendo de inspiração schopenhaueriana, apresenta suas "observações" com uma conotação diversa, mediante a recusa de elementos fundamentais daquele pensamento, notadamente no que tange ao âmbito da moralidade.
O presente artigo pretende investigar em que medida a noção de razão prática de Schopenhauer, tomada no sentido estrito do termo e desvinculada da acepção kantiana, pode ser pensada como razão prático-pragmática. A investigação parte da eudemonologia schopenhaueriana e toma como principais argumentos as figuras do filisteu, do homem prático e do estoico indicadas pelo pensador em alguns Fragmentos Póstumos, assim como o ideal de sabedoria e de prudência delineado pelo filósofo nos Aforismos para a sabedoria de vida.
No presente artigo investigo a noção de caráter na obra de Schopenhauer com a intenção de indicar em que medida a ideia de uma caracterologia é um componente basilar da metafísica schopenhaueriana. Para tanto, não me detenho na recepção das noções kantiana e schellinguiana de caráter, na esfera da ética e nem na noção de caráter adquirido, mas me restrinjo a uma análise dos conceitos de caráter inteligível e de caráter empírico especificamente no contexto das primeiras elaborações da chamada Metafísica da Vontade - nos Manuscritos juvenis do pensador (em especial, nos póstumos de 1812-1814) -, assim como no contexto do emprego dessa dual concepção de caráter em algumas passagens de obras publicadas. Ao final, indico quais seriam os principais conteúdos materiais da caracterologia e atento para as distinções fundamentais entre caráter individual e caráter da espécie.
Investigo a noção schopenhaueriana de destino e os dois tipos de fatalismo especificados pelo filósofo, o demonstrável e o transcendente, para, em seguida, considerá-los ante a aposta na ideia geral de uma sabedoria de vida, e vice-versa. Como seria possível admitir, por exemplo, o papel da sabedoria, referente à capacidade de o indivíduo conduzir a vida do modo mais agradável e prudente possível, no horizonte de uma filosofia que especula sobre a atuação de um destino e de um fatalismo, que tudo poderiam determinar na vida deste mesmo indivíduo? Haveria espaços concomitantes e não conflitivos para estes dois componentes no interior da filosofia schopenhaueriana? Ou se trataria de uma aporia?
A questão norteadora consiste em indicar relações entre o tema da ausência ou da supressão de individualidades e o surgimento de ídolos. Dentre inúmeros casos que a história da filosofia ostenta, aqui são indicadas razões para assumirmos que Arthur Schopenhauer e Max Horkheimer ensejam dois exemplos de denúncias filosóficas de idolatrias e fanatismos. As simetrias no modo com que os pensadores tratam da questão são possibilitadas não apenas pela leitura cirúrgica e original que o pai da Teoria Crítica faz de Schopenhauer, mas também, e principalmente, pela asserção horkheimeriana de que “a doutrina de Schopenhauer tem significado no presente pelo fato de denunciar os ídolos de maneira implacável”. Deste, a crítica à ausência de individualidade, à banalidade e à in-diferença dos “humanos comuns”. Daquele, a preocupação com formas de atomização social que, ao surgirem, necessariamente ameaçam e
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.