Estudo de caso sobre uma inovação proposta no âmbito do ensino das ciências sociais e da saúde na Universidade Federal do Rio de Janeiro, cuja relevância se evidencia pela aproximação dos segmentos ensino e serviço, e pela utilização de metodologias ativas de aprendizagem no ensino de graduação. Foram analisados cinquenta questionários que correspondem a 100% do universo pesquisado, preenchidos ao término do curso pelos estudantes que cursaram a disciplina Políticas Públicas de Saúde Mental no primeiro semestre de 2007. O estudo busca identificar a eficácia do método adotado e da articulação com a rede de assistência no alcance dos objetivos propostos no programa da disciplina.
O artigo apresenta uma prática de atenção à saúde - Grupos de Adesão ao Tratamento - que tem evidenciado um campo potencial de terapêutica, de ensino e de aprendizagem para pacientes e profissionais de saúde. Trata-se de cenário de interação de diferentes pessoas, conceitos, valores e culturas no qual cada ator se diferencia e se reconhece no outro em dinâmicas que possibilitam falar, escutar, sentir, indagar, refletir e aprender a pensar. Caracteriza-se por ser um grupo informativo, reflexivo e de suporte, homogêneo quanto à enfermidade dos pacientes, coordenado por dois ou mais profissionais de saúde de diferentes categorias que, pelo método dialógico, têm por objetivo facilitar a adesão dos pacientes ao tratamento. O estudo apresenta uma análise do trabalho com grupos de pacientes com doenças crônicas e ressalta a utilização da prática grupal como cenário de terapêutica e de ensino e aprendizagem para pacientes e profissionais de saúde. Enfatiza o aspecto pedagógico desta prática por propiciar a aprendizagem pelo contato com situações-problema que permitem agregar ao conhecimento específico - a questão saúde - dimensões políticas, éticas, econômicas, afetivas e sócio-culturais. Aponta-se a possibilidade da utilização desta prática para desenvolver competências comunicativas e de trabalho em equipe no campo da educação em saúde.
O Programa de Alimentação Escolar tem se resumido, muitas vezes, no fornecimento de lanches ou refeições no intervalo das atividades escolares. Entretanto, existem possibilidades, que podem ser usadas pelo nutricionista responsável pelo Programa, para desenvolver atividades educativas em nutrição, visando a promoção da saúde da comunidade escolar. Estas atividades exigem a revisão das funções do Programa, a fim de que se aproveite esse espaço para discutir sobre fatores condicionantes dos hábitos alimentares, fatores influentes na produção, distribuição e acesso aos alimentos, entre outros. Considerar todas as atividades escolares como educativas favoreceria a integração de todos os funcionários, escolares e familiares que atuam nesse ambiente, incluindo merendeiras e nutricionistas. Promover oportunidades para discutir as condições de saúde no local de trabalho contribuiria para a produção de conhecimentos e para o desenvolvimento de práticas educativas contínuas, essencial nesses tempos de rápidas transformações.
Este artigo discute a viabilidade da construção de um diálogo entre a formação dos médicos e o Sistema Único de Saúde (SUS), enfatizando o princípio de integralidade como eixo estruturante dessa formação. A possibilidade ou não desse diálogo verificou-se na análise das falas de professores e estudantes dos cursos de Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em grupos focais. Os resultados revelam a consciência dos professores das instituições formadoras sobre a importância do compromisso social que a profissão exige, com as decorrentes mudanças, embora alguns demonstrem resistência para enfrentar os novos desafios. Quanto aos estudantes, o descontentamento com a formação é preponderante, embora existam indícios de ruptura com os tradicionais paradigmas da formação médica e desenvolvimento de projetos com os serviços e a comunidade.
RESUMO Transformações recentes na educação e no sistema de saúde brasileiros repercutiram nas instituições de ensino médico e demais áreas da saúde, exigindo um novo perfil de profissional: mais crítico, humanista, reflexivo e ético. O preceptor tem importante papel na formação médica, ao integrar a teoria e a prática no contexto da assistência durante o período do internato, mas esta atividade de ensino é pouco considerada. Não existe capacitação específica para desenvolver essas qualidades e construir uma efetiva relação médico-aluno. Foram analisados 176 trabalhos dos congressos brasileiros de educação médica referentes à preceptoria quanto a conceito aplicado, atividade exercida, formação e capacitação em articular teoria e prática e fornecer subsídios à prática profissional. A formação e capacitação dos preceptores é um tema pouco discutido, embora esteja cada vez mais presente nos congressos. KEYWORDS:-Preceptorship -Medical Education -Professional Training ABSTRACT Recent changes in INTRODUÇÃOTransformações mais recentes das bases filosóficas, metodológicas e organizacionais da educação e do sistema de saúde brasileiros repercutiram nas instituições de ensino médico e demais áreas da saúde, provocando desafios aos novos modos de organização do trabalho em saúde e às decorrentes exigên-cias a respeito do novo perfil dos profissionais 1 .É necessário iniciar processos e constituir sujeitos sociais que possam dar conta dos novos desafios impostos pela realidade. A formação de recursos humanos e a educação médica em particular são importantes espaços de constituição desses sujeitos 2,3 , ainda que não exclusivos.A verdade é que estamos formando um profissional que não atende às necessidades de saúde no Brasil. Em resposta aos desafios e demonstrando preocupação com a consolidação das mudanças nas ações e na formação de recursos humanos em saúde, o Ministério da Educação, por meio do Conselho Nacional de Educação, instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina (DCN) 5 . As DCN incentivam novas formas de organização curricular, articulação entre ensino e serviços, e indicam a necessidade de repensar o processo educat ivo e práticas de saúde até então vivenciadas pelos profissionais 6 . Essa legislação recomenda a formação de um médico generalista, humanista, crítico e reflexivo, pautado em princípios éticos, capaz de atuar no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com responsabilidade social e compromisso com a cidadania. Recomenda também a realização do treinamento em diferentes cenários e níveis hierárquicos de atenção para superar o modelo científico moderno da medicina: formação especializada, fragmentada, centralizada no órgão doente e não no doente, dependente de tecnologia e elegendo o hospital como espaço principal de formação.Outras iniciativas governamentais de mudanças estão representadas no Programa de Incentivos a Mudanças Curriculares nos Cursos de Medicina (Promed), no Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (P...
O estudo tem por objetivos sistematizar o estado da arte do ensino da bioética na graduação médica brasileira, com base nos trabalhos publicados nos anais dos congressos da Sociedade Brasileira de Bioética, da Associação Brasileira de Educação Médica e da Rede Unida, e nas revistas Bioética, Brasileira de Bioética, Brasileira de Educação Médica e Olho Mágico dos anos 2000 até 2005, e identificar concepções, conceitos, métodos e pressupostos bioéticos adotados no material pesquisado. Situa-se entre os campos da educação e do trabalho médicos, aqui entendidos como duas práticas sociais que devem dialogar permanentemente, razão pela qual a Pedagogia das Competências e as noções de competência e autonomia, como fundamentação e categorias teóricas, respectivamente, nele se inserem como aportes para compreender o processo de inclusão do ensino de bioética nos cursos de graduação médica, como uma possibilidade de inovação curricular.
RESUMOEste estudo analisa os textos das avaliações produzidas por 38 preceptores de duas turmas que concluíram o curso de formação pedagógica em 2008 e 2009, utilizando como referência teórica a educação permanente em saúde, a aprendizagem significativa e o método de análise do discurso. O material trabalhado caracteriza-se por ser um recurso potencial para análise e avaliação da experiência de formação pedagógica dos participantes. O estudo sobre a avaliação do curso pelos preceptores possibilitou não só a análise das concepções de educação e de saúde assumidas por esses profissionais, mas a maneira com a qual eles se apropriam desses conteúdos em seus discursos e as relações que constroem em suas vidas pessoais. A apropriação de técnicas de ensino e de avaliação referenciadas nas correntes críticas da educação, a valorização da função do preceptor e a mobilização das capacidades individuais e sociais de transformação das práticas assistenciais e educacionais mostraram-se aspectos relevantes das avaliações analisadas. ABSTRACTThis study __ analyzes the texts of the evaluations made by 38 preceptors of two classes who completed the course of pedagogical training in 2008 and 2009, using as theoretical reference the continuing health education and meaningful learning theories, and the method of discourse analysis. This material is characterized by being a potential resource for analysis and evaluation of teacher training experience of the participants. The study on the course evaluation by preceptors allowed not only the analysis of the concepts of health and education undertaken by these professionals, but the manner with which they take such content in their speeches and the relations they build in their personal lives.The appropriation of teaching techniques and assessment referenced in the current criticism of education, the upgrading of the preceptor and the mobilization of individual and social capacities of transforming healthcare practices and education proved to be important aspects of assessments examined. CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORESJosyane Cardoso Maciel de Jesus escreveu a primeira versão do trabalho. Victoria Maria Brant Ribeiro fez todas as revisões e algumas sugestões para alterar e incluir aspectos sobre metodologia. CONFLITO DE INTERESSESDeclarou não haver.
II ResumoDesenvolvemos este trabalho com base na ideia de que ser docente no ensino superior não é apenas uma questão de domínio de conteúdo, de expertise em determinado campo. A prática pedagó-gica em tal nível de ensino é complexa, contextualizada, muitas vezes imprevisível e se configura por escolhas éticas e políticas. Nesse sentido, entendemos que a docência demanda um processo formativo que pode ter como fase inicial a pós-graduação stricto sensu. A partir de tal discussão, estabelecemos como objetivo estudar o modo como a formação pedagógica é tratada no âmbito das políticas públicas para o ensino superior, mais especificamente no que tange à pós-graduação stricto sensu. Para tanto, valemo-nos de dois referenciais metodológicos: a teoria dos campos de Pierre Bourdieu e a análise crítica do discurso de Norman Fairclough. A compreensão da pós-graduação como um campo científico e a aná-lise do Plano Nacional de Pós-Graduação indicaram que esse nível de formação superior está basicamente voltado para a acumulação de capital científico e para a formação de habitus científico, tudo isso em meio a um silêncio sobre a dimensão do ensino no fazer e ser docente. Concluímos que há a necessidade de desenvolver uma cultura de valorização do ensino na universidade, processo este que pode ter na valorização de um capital pedagógico e na formação de um habitus pedagógico na pós-graduação stricto sensu uma fase de grande relevância. Palavras-chaveFormação pedagógica -Formação docente -Docência no ensino superior -Pós-graduação.
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