RESUMO -A curiosidade e/ou o interesse em querer saber o que existia para além do que o "olho humano" permitia ver, levou ao nascimento da dermatoscopia actual. Existem, no entanto, muitos documentos escritos que referem diferentes aproximações à técnica, já desde o século XVI.Estas tentativas, além de representarem um grande avanço nessa época, permitiram o desenvolvimento não só da dermatoscopia, como de outras técnicas ainda em uso, como a capilaroscopia, muito utilizada hoje em dia em doenças autoimunes, a microscopia capilar ou tricoscopia, utilizada no inicio, no diagnóstico precoce do cretinismo em recém nascidos e com inúmeras utilidades atualmente, e também a colposcopia, (baseada nos mesmos fundamentos da dermatoscopia) utilizada no diagnóstico de doenças cervicais do âmbito ginecológico. Em suma, a grande vontade de um grupo de cientistas em visualizar "in vivo" as lesões da pele, somada à translucidez da epiderme amplificada pelos distintos aparelhos, constituiram o pilar básico que deu origem à técnica. PALAVRAS-CHAVE -Dermatoscopia/história. EVOLUÇÃO HISTÓRICA Embora existam muitos trabalhos que referem que a microscopía de epiluminiscência (ME) teve a sua origem em 1663 com Johan Cristophorus Kolhaus, foi Petrus Borrelius em 1620, um dos pioneiros no uso de microscópio. Médi-co francés, botânico e autor de várias obras como "De vero telescopiiinventore"em 1655 e "Observationum microscopicarum centuriae" em 1656, foi o primeiro a dar inicio à microscopia de superficie (MS), ao usar esta técnica para visualizar os capilares do leito e pregas ungueais, 1-2 sem saber que ia dar origem a capilaroscopia, tão usada atualmente.
History of Dermatoscopy
ABSTRACT -The curiosity and the interest for knowing what is beyond the human eye led to the birth of dermoscopy. Despite the fact that the wide use of dermoscopy is relatively recent, several documents that reflect different approaches to thisNo seu inicio, a capilaroscopia foi concebida como "o método que faltava" para conseguir uma melhor avaliação da funcionalidade do aparelho circulatório. Os cientistas da época concordavam que a dita avaliação não se podia limitar só a observar o coração e a medir a tensão arterial. Acreditavam que, sendo o coração e as artérias os dois grandes impulsionadores do sangue para um sistema vascular mais pequeno, era portanto ao nível dos capilares onde realmente se podia conseguir uma melhor apreciação do estado da circulação de um membro, por exemplo, ou da sua funcionalidade.
3Em 1663, Cristophorus Kolhaus, 2 reproduz e dá continuidade aos trabalhos de P. Borrelius, o que vai contribuir para uma maior relevância e expansão da técnica.Dois séculos mais tarde, em 1878, Ernst Karl Abbe, físico