A estratégia, como abordagem gerencial, tem se constituído em experiência relativamente recente em organizações universitárias brasileiras. Este artigo tem o objetivo de analisar a prática estratégica em universidades privadas e contribuir com o debate sobre esse tópico que desafia a administração dessas organizações. Trata-se de um estudo comparativo de casos onde é analisada a realidade de duas universidades comunitárias brasileiras. Por meio de questionário e entrevistas, identificaram-se práticas adotadas na gestão estratégica das instituições de educação superior -IES. A análise dos dados revelou que a prática estratégica mescla estratégias deliberadas e, principalmente, estratégias emergentes. As estratégias decorrem tanto de planos formais institucionais quanto de iniciativas individuais e grupais, que resultam de interações, de insights, do feeling, da visão e reação de gestores e docentes diante dos desafios que se apresentam no dia a dia. As estratégias emergem por meio de microestratégias praticadas por gestores acadêmicos e por professores, que atuam como estrategistas. Os resultados apontaram, ainda, para a presença marcante de fatores subjetivos como criatividade, conhecimento tácito, sensibilidade e experiência dos gestores imersos nas práticas estratégicas adotadas na área acadêmica das instituições.Pa l av r a s -c h av e : gestão estratégica; práticas; universidades privadas.
Strategic management: analysis of practices in private universitiesStrategic management is a relatively new approach in the management of Brazilian higher education institutions. This study presents an analysis of strategic practices in two private universities and contributes to the debate over the application of strategy to the field of higher education. This comparative study analyzes the realities of two private universities on the authors use questionnaires and interviews of administrators to capture strategic practices in use. Results of data analysis indicate that strategic practices Artigo recebido em jul. 2010 e aceito em ago. 2011.
A transição do modelo de administração pública burocrático para um modelo gerencial mais efetivo tem exigido uma nova postura das universidades públicas. Em resposta à cobrança por resultados e ao novo cenário, mais exigente e competitivo, tem sido crescente a utilização, na gestão universitária, de abordagens gerenciais oriundas do mercado denominadas de managerialism. Todavia, tais práticas têm se mostrado inadequadas, perdendo muito de sua eficácia por desconsiderarem a complexidade organizacional de universidades, em especial, públicas. O objetivo deste estudo é analisar as contribuições e limitações do Planejamento Estratégico, na percepção dos gestores de uma universidade pública. Dados foram coletados por meio de entrevistas, observação não participante e documentos. Os resultados evidenciam um consenso por parte da gestão e das unidades acadêmicas quanto à necessidade e às contribuições da profissionalização da gestão pública. Indicam, porém, que a ambiguidade das políticas públicas e a excessiva regulamentação do governo federal aliadas à complexidade da organização acadêmica se constituem em sérios limitadores para o sucesso de práticas managerialistas como o planejamento estratégico. As conclusões revelam que a efetividade dessa abordagem gerencial requer adequação da racionalidade implícita no modelo às especificidades das organizações acadêmicas, como condição para que os esforços possam produzir os benefícios esperados.
Hospitais são organizações complexas, pluralistas e paradoxais. Dois aspectos críticos da abordagem estratégica nessas organizações têm sido a formação de estratégias e a complexidade organizacional, influenciando uma dicotomia entre intenção e ação. O objetivo deste estudo foi analisar como ocorre o processo de formação de estratégias em hospitais, como sistemas complexos. Para tanto, examinou-se de que forma elementos da complexidade e elementos cognitivos influenciam a transformação de intenções em ações. O estudo se fundamentou na teoria estratégica em organizações e nas teorias da complexidade, com ênfase no processo de strategizing e sensemaking. Trata-se de um estudo comparativo de natureza qualitativa com abordagem multimetódica. Os dados foram analisados mediante técnicas de análise de narrativa e análise documental. Resultados demonstraram que o processo de formação de estratégias em hospitais é iterativo e criativo, e combina sensemaking e práxis, identificando-se um padrão de formação de estratégias.
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