Os memes presentes em nosso cotidiano são vistos como elementos de diversão e entretenimento, mas podem ser utilizados também como ferramenta de aprendizagem. Eles circulam em espaços digitais como Facebook, gerando interação e comunicação, sobretudo a partir do humor, nos comentários compartilhados em redes sociais. O desafio da prática pedagógica é associar o humor dos memes ao ensino de forma geral e, neste trabalho em específico, ao ensino de língua portuguesa. Este artigo tem por objetivo investigar como os memes podem ser utilizados nas aulas de língua portuguesa, para promover o letramento crítico dos alunos na escola pública. Apoiamos-nos nas discussões de GNL (1996) e Rojo (2012, 2013) sobre letramentos, bem como nos estudos sobre letramento crítico a partir da Análise de Discurso Crítica (ADC) de Fairclough (2001; 2003). Para atingir nosso objetivo, selecionamos um corpus, composto por dois memes de domínio público, cujo critério seja o de apresentar críticas sociais a partir do humor. Em seguida, analisamos o objeto de estudo à luz das categorias: a) Intertextualidade, b) Interdiscursividade, c) Avaliação, associadas ao letramento crítico e baseadas nos significados do discurso: acional, representacional e identificacional da ADC. Como resultado, espera-se que, além do humor utilizado para gerar interação, os alunos percebam a crítica social contra a perda de direitos adquiridos, racismo, ironia e explanem isso nos diversos eventos comunicativos dentro e fora da escola.
Resumo: Este ensaio tem como objetivo rediscutir a intergenericidade, conceito que estuda as misturas de gêneros. Com base nas reflexões de Bakhtin (2006Bakhtin ( [1953
A oralidade e seus elementos têm um caráter fundamental nas conquistas políticas ao redor do mundo, em toda a história da humanidade. À luz de uma análise na interface entre Semiótica Social (KRESS, 2010), Análise da Conversa (MARCUSCHI, 2007) e Nova Retórica (PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA, 2005), objetivamos discutir como os recursos semióticos atrelados à oralidade, especificamente os elementos cinésicos, se constituem essenciais para a argumentação e seus propósitos no debate político, com o intuito de persuadir um público-alvo. Para atender ao propósito, desenvolvemos esse exercício analítico em um corpus de um debate do segundo turno das eleições brasileiras para a Presidência da República no ano de 2014, televisionado pela Rede Globo. Quanto aos procedimentos metodológicos, analisamos o material e selecionamos excertos em que verificamos como os presidenciáveis se utilizaram desses recursos semióticos da oralidade como estratégia persuasiva. Os resultados apontam que elementos cinésicos, como movimentos corporais, expressões faciais, gestos, olhares e risos desempenham importantes funções argumentativas, como o descrédito do oponente e a convicção dos pontos de vista defendidos, em busca do voto do eleitor.
O ser humano, desde o Paleolítico, busca todos os recursos semióticos possíveis para ser compreendido. Em todas as tentativas de comunicação, utilizamos gêneros. Em tempos de intensas interações na internet é comum que os usuários se utilizem criativamente de recursos disponíveis em plataformas digitais para uma comunicação eficaz, atendendo a diferentes propósitos comunicativos. Essas ações podem ser a gênese de alguns gêneros, que passam por diferentes estágios de formação, em busca de estabilização. Este trabalho objetiva sugerir critérios que balizam o estágio de emergência de gêneros na web. Metodologicamente selecionamentos um exemplário de três memes que circularam no Facebook e uma postagem nos stories do Instagram, todos de perfis públicos, cujos critérios foram o de terem mais de cem compartilhamentos, curtições, comentários ou visualizações. A análise se pauta à luz da abordagem sociorretórica de gêneros (Miller, 2009; Bazerman, 2021), atrelada à análise dialógica do discurso (Bakhtin, 2016; Volóchinov, 2018). Os resultados apontam que é possível caracterizar a emergência como um estágio de um gênero em direção à sua estandardização, cujos traços são acabamento, falta de consenso identitário e remix.
A intergenericidade como recurso humorísticoThe mixed genres as a humorous resource RESUMO -Nosso objetivo neste artigo é discutir os efeitos humorísticos causados pelo fenômeno designado como intergenericidade (Marcuschi, 2002). Analisando quatro exemplares de textos que nele se inserem, observamos que a imitação de gêneros mais institucionalizados por meio de marcas formais é um recurso produtivo para efeitos estilísticos relacionados ao humor, tanto pela quebra de expectativas do leitor no que se refere à forma de um gênero com função de outro, quanto no que tange ao uso análogo de funções mais formais com fi ns burlescos.Palavras-chave: intergenericidade, estilo, humor.ABSTRACT -Our aim in this paper is to discuss the humorous effects caused by the phenomenon known as mixed genres (Marcuschi, 2002). Analyzing four examples of texts, we found that the imitation of genres that are more institutionalized through formal marks is a productive resource for stylistic effects related to humor by breaking the reader's expectations with regard to the form of a gender with another function and regarding the similar use of more formal functions with burlesque purposes.Key words: mixed genres, style, humor. Considerações iniciaisA presença do outro pode evidenciar-se na linguagem de distintas formas e em diferentes níveis, desde manifestações explícitas até marcas indiretas de heterogeneidades enunciativas (Authier-Revuz, 1990). Dentre esses casos de heterogeneidade, focalizaremos, neste trabalho, o fenômeno da intertextualidade, tomando por base não somente os pressupostos de Genette (1982) e de Piègay-Gros (1996), como também as descrições sugeridas por Marcuschi (2002) e por Koch et al. (2007), no que diz respeito à intergenericidade. Refletimos acerca do fenômeno do humor desencadeado pela recorrência do uso da intergenericidade como estratégia de composição textual.Entendemos a intertextualidade intergenérica como a recorrência a traços superestruturais de gêneros mais institucionalizados utilizados com propósitos distintos do cânone. Observamos, a partir dos exemplares analisados, que essa mistura de elementos provenientes de dois ou mais gêneros distintos -em especial a relação forma/ função -acaba por conferir humor aos gêneros híbridos. Para tanto, analisamos questões pertinentes aos gêneros discursivos, tomando como pressuposto fundamental a ideia de Bakhtin (2000) de que os gêneros são como enunciados que apresentam, de forma simultânea, regularidade e instabilidade.Alguns exemplos de textos com constituição eminentemente híbrida são analisados a fim de embasar nosso posicionamento acerca da relação entre intergenericidade e humor, principalmente se seus aspectos formais imitarem o estilo da estrutura composicional de gêneros altamente padronizados. Intergenericidade como recurso humorístico em gêneros discursivosPode-se dizer que a percepção de que a humanidade se utiliza de gêneros discursivos para interagir remonta a uma época longínqua e intangível quando foram nomeadas pela primeira vez as práticas comuni...
Com mais de meio milhão de óbitos por conta do vírus Sars-Cov-2, no Brasil, entre março de 2020 e junho de 2021, o Governo Federal tem sido responsabilizado pela sociedade e por outros estratos do poder pela má condução no gerenciamento à pandemia de Covid-19. Isso levou o Senado Federal a abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, em 2021, para investigar as ações e omissões do governo nesse período pandêmico. É sob esse universo que objetivamos, neste trabalho, explanar como o efeito dunning-kruger (DUNNING, 2011) e a dissonância cognitiva (FESTINGER, 1968) se manifestam na CPI, institucionalizando a desinformação (WARDLE; DERAKHSHAN, 2017) no país. Para esse objetivo, selecionamos trechos dos depoimentos de três personagens de destaque no governo convocados para depor no processo, a oncologista Nise Yamaguchi, a pediatra Mayra Pinheiro e o general Eduardo Pazuello, e mostramos como esses conceitos se materializam em seus discursos. Os resultados preliminares apontam que o quadro da desinformação é legitimado em nível institucional, sobretudo pelas crenças e valores que podem ser demonstrados pelo efeito dunning-kruger e pela dissonância cognitiva agindo sobre personagens com poder de decisão no Governo Federal.
RESUMO Nos últimos anos, tem-se assumido academicamente o pressuposto de que os memes publicizados no Facebook e em outros sites de redes sociais (SRS) são gêneros textuais/ discursivos (cf. PASSOS, 2012; WIGGINS; BOWERS, 2014; SILVA, 2016; GUERRA, BOTTA, 2018), tese defendida à luz de diferentes critérios e de distintas teorias de gêneros. O objetivo deste trabalho é discutir o estatuto genérico dos memes em sites de redes sociais. Para atender ao objetivo, baseio-me em Bakhtin (2009; 2011) e em Miller (1984 [2009]) para a discussão do conceito de gênero; e em Dawkins (2010), Blackmore (2000), Knobel e Lankshear (2005; 2007) e Cavalcante e Oliveira (2019), que discutem sobre a natureza do meme. Metodologicamente, analiso sete enunciados reconhecidos socialmente como memes, que foram publicados no Facebook nos últimos cinco anos. Os critérios para tal foram a viralização e os traços de remixabilidade em sua constituição. Os resultados sugerem que, sob o rótulo de meme, na verdade, estão gêneros diversos, como anúncios publicitários e institucionais, tiras cômicas e tiras cômicas seriadas, críticas, lembretes e mensagens motivacionais, o que leva a questionar o estatuto genérico do que se reconhece sociocognitivamente como meme.
El tema de las fake news recorre la historia de la humanidad, pero, debido al impulso a través de los sitios de redes sociales y aplicaciones de mensajería, han sido objeto de estudios en diferentes campos del conocimiento, incluso en el área de Educación, donde funcionar. Nuestro objetivo es ayudar a los estudiantes de secundaria en la identificación de noticias falsas a través de un folleto didáctico. Nos avalan Wardle (2017) y D´Ancona (2018), por los conceptos de desinformación y posverdad; además de Tobias (2018) y Seserig y Máximo (2017), por las concepciones de fake news. Metodológicamente, seleccionamos un corpus de dos fake news comprobadas que circularon entre septiembre de 2019 y abril de 2020 en los sitios de redes sociales y lo sometimos a una pantalla analítica utilizando un paquete de categorías que ayudan a definir las fake news de carácter político, teniendo en cuenta el objetivo en la enseñanza de estos contenidos para trabajar en la enseñanza de portugués en la escuela secundaria brasileña. Los resultados llevaron a la creación de un folleto didáctico, dirigido a estudiantes y profesores, que ayuda a verificar la información a la luz de dos categorías: las características de expresión y los contenidos que cruzan las fake news.
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