A disposição final do lodo de estação de tratamento de esgoto é uma preocupação mundial, em razão do crescente volume produzido. Com o crescimento populacional no Brasil e as melhorias no saneamento básico, aumentou-se consideravelmente o número da população atendida por redes coletoras de esgoto. Diante deste cenário o volume de lodo de esgoto produzido e seu descarte tornaram-se um problema financeiro, ambiental e social devido suas características poluidoras. A disposição destes resíduos no solo pode ser recomendada, pois devido aos teores de matéria orgânica, de macro e micronutrientes podem ser destinados à agricultura, por acrescentar elementos que podem melhorar as características do solo e consequentemente o potencial agrícola das lavouras. Diante desse aspecto, objetivou-se com este trabalho caracterizar o lodo de esgoto produzido pela Estação de Tratamento de Esgoto do Município de Anápolis, Estado de Goiás, Brasil, a partir da avaliação de variáveis químicas, viabilizando a sua possível destinação ao uso agrícola. As amostras de lodo foram coletadas no mês de outubro de 2016 nas lagoas anaeróbica, aerada e de maturação. Após a coleta e o acondicionamento das amostras em embalagens de polipropileno foram encaminhadas ao Laboratório de Solo da Universidade Federal de Goiás (UFG) para serem avaliados os parâmetros de matéria orgânica (MO), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), pH e os macroelementos Zinco (Zn) e Cobre (Cu). Com base nos dados e nas avaliações realizadas, conclui-se que o lodo não deve ser considerado um simples resíduo, pois possui características químicas que lhe conferem o poder de um excelente condicionador do solo, podendo tornar-se um importante aliado na melhoria de práticas agrícolas desenvolvidas no país, além de promover a reciclagem, controle da poluição em aterros sanitários, preservação de recursos naturais e no desenvolvimento sustentável.