Este estudo tem como proposta analisar e descrever o elenco de respostas dadas, por informantes de vinte e cinco capitais brasileiras, ao Questionário Fonético- Fonológico do ALiB. O enfoque principal está na análise da ausência de respostas à luz de variáveis diatópicas (região geográfica e localidade) e diastráticas (sexo/gênero, faixa etária e escolaridade). Poucos estudos têm sido realizados sobre o tema, embora se constitua numa das grandes preocupações do pesquisador, sobretudo no momento da cartografação dos dados. Pretendemos, dessa forma, contribuir para um aprofundamento nas discussões sobre procedimentos metodológicos adotados em pesquisas geolingüísticas.
Resumo: O milho, ao lado da soja, constitui boa parte do cultivo de grãos no território brasileiro e seu aproveitamento vai desde o consumo humano à fabricação de derivados, tais como álcool, amido, óleos, dentre outros. Sua ampla disseminação como base alimentar na cozinha brasileira data do Brasil Colônia, período em que o cereal era utilizado pelos sertanistas, uma vez que seu plantio é de fácil manejo e compõe fonte importante de carboidrato para as funções dos desbravadores e dos animais. Atualmente, o milho in natura é usado como base de vários pratos brasileiros, tanto doces como salgados; tais iguarias recebem, a depender da região, nomeações diversas. Nesse contexto, este artigo apresenta as designações para a iguaria doce comumente conhecida por curau/canjica (sem coco), documentadas a partir do questionamento aplicado pelos inquiridores do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, em cotejo aos dados registrados no Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Tocantins (ALiTETTO). O intuito geral do trabalho é o de averiguar a diatopia das designações e como o Tocantins, Estado que estabelece transição entre três regiões brasileiras, atua no conjunto de variantes. Para dar cumprimento ao objetivo, a partir das formas documentadas, foram elaboradas cartas diatópicas pontuais e um gráfico comparativo de produtividade. Em síntese, o Tocantins apresenta um comportamento dialetal distinto, singularizado em comparação ao conjunto das regiões analisadas, possivelmente resultante de sua formação humana.
Este trabalho pretende traçar um paralelo entre os estudos variacionistas e a teoria dos gêneros discursivos por meio da análise do gênero cordel trabalhado em materiais didáticos e sua relação com a valorização da variação linguística regional, a fim de atuar na eliminação de possíveis preconceitos linguísticos. Para tanto, foram analisados dois materiais didáticos de Língua Portuguesa que contemplam as práticas discursivas com o gênero discursivo cordel, a saber: i) 8º ano da Coleção Tecendo Linguagens, da Editora IBEP (2012) – versão governo, aprovado no PNLD 2014; ii) 7º ano do Projeto Athos: língua portuguesa, da Editora FTD (2014) – versão mercado. A fim de nortear o trabalho, foram delineadas as seguintes perguntas de pesquisa: i) É possível observar nos materiais didáticos estudados pressupostos bakhtinianos articulados à noção de gêneros do discurso?; ii) O trabalho didático com o cordel presente nos materiais didáticos focalizados apresenta ou não a valorização do dialeto da região de onde ele se origina?; iii) Como se articula didaticamente o registro linguístico empregado nos cordéis com os estudos da Sociolinguística Educacional?; iv) O trabalho didático com o gênero cordel foi abordado de forma a eliminar preconceitos linguísticos? Como instrumentos de pesquisa, foram utilizadas a pesquisa e análise do gênero cordel nos materiais didáticos aliadas à luz das teorias discursivas de Bakhtin (2006), do interacionismo sócio-discursivo de Bronckart (2003), os estudos variacionistas de Labov (2008), e na perspectiva da Socioliguística Educacional de Bagno (2007) e Bortoni-Ricardo (2013). De modo geral, foi possível observar algumas reminiscências da articulação com os pressupostos bakhtinianos em relação aos gêneros discursivos; contudo, esses materiais apresentam uma abordagem aquém da variação linguística enquanto característica constitutiva do gênero cordel.
Este artigo tem como proposta a identificação de possíveis normas lexicais gerais e regionais a partir da descrição e da análise da variação espacial para o popularmente denominado "pão francês", em uma perspectiva geolinguística e léxicosemântica. Para tanto, adota-se a visão da norma linguística, com base em Coseriu (1979), somada às contribuições de Camara Junior (1964), Rona (1969), Cunha (1987, dentre outros. A diversidade de nomeações para esse alimento foi documentada por meio da questão 186 do Questionário Semântico-Lexical (QSL) dos Questionários (COMITÊ NACIONAL DO PROJETO ALiB, 2001) aplicada pelas equipes que compõem o Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), em 250 localidades brasileiras (interior e capitais). Na composição do corpus desta análise, foram selecionados 1000 informantes com o perfil fundamental de escolaridade, contemplando as dimensões diassexual e diageracional. Com base na cartografação linguística e cotejo da disseminação das variantes lexicais obtidas e na consulta a obras lexicográficas, foram identificadas as formas de uso geral e regional, além de traços de influência interétnica e de fluxos migratórios internos e externos. Ainda, constatou-se a polimorfia de designações, por efeito da presença do referente no cotidiano brasileiro, atestando a relevância desse alimento, consumido desde os primórdios da história da civilização.
<p>Este trabalho, inserido no quadro teórico dos estudos fraseológicos de vertente francesa e da Geolinguística, apresenta os registros de fraseologismos nos dados dos Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) para a questão 186 do Questionário Semântico Lexical (QSL), que busca variantes para “pão francês”. Desse modo, pretendemos descrever as unidades fraseológicas coletadas a partir da pesquisa geolinguística, mapeando e analisando essas formas linguísticas registradas por 176 informantes com ensino fundamental, em entrevistas orais coletadas pelas equipes do projeto, em 44 localidades situadas na Região Sul do Brasil. Dessa maneira, pretendemos documentar e analisar a riqueza linguística e cultural transparecida por meio desses registros. </p>
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