Com o objetivo de descrever o perfil das equipes de saúde da atenção básica em 41 municípios com mais de 100 mil habitantes, um total de 4.749 trabalhadores de saúde de dois estados do Sul (1.730) e cinco do Nordeste (3.019) do Brasil foram incluídos a partir de amostra das unidades básicas de saúde tradicionais e do Programa Saúde da Família (PSF). Após consentimento, os trabalhadores responderam a um instrumento auto-aplicado com informações demográficas, sobre o trabalho e a sua situação de saúde. As principais diferenças entre os modelos de atenção foram na constituição das equipes, com o PSF apresentando mais agentes comunitários de saúde, mais mulheres, trabalhadores mais jovens, menor ingresso por concurso, mais trabalhadores com um único emprego, maior precarização nos vínculos trabalhistas, menor satisfação com este vínculo, menor antiguidade no trabalho, maior carga horária, maior especialização na área e melhor remuneração. Pior avaliação de sua saúde e maior proporção de consultas médicas foram igualmente registradas para o PSF. São necessários esforços no âmbito da gestão para apoiar esses trabalhadores, que são a base do sistema de saúde e, protagonistas do seu desenvolvimento e da consolidação da atenção básica.
O artigo apresenta a metodologia de Estudo de Linha de Base (ELB), que avaliou a efetividade da Estratégia Saúde da Família em comparação às unidades básicas de saúde tradicionais. A base do estudo foi composta por 41 municípios acima de 100 mil habitantes, 21 da Região Sul e vinte do Nordeste. Principal variável dependente e pressuposto da base amostral do ELB, a efetividade das ações programáticas das unidades básicas de saúde foi examinada na população de sua área de abrangência, por meio de inquérito epidemiológico. O modelo de atenção das unidades básicas de saúde foi a principal variável independente. Seu efeito sobre as ações programáticas foi controlado por região geopolítica, região metropolitana e porte populacional dos municípios. A cobertura das ações foi caracterizada segundo aspectos sócio-econômicos, demográficos e de saúde. A utilização de grupos de comparação, amostras por múltiplos estágios, medidas padronizadas, controle de características geográficas e sócio-demográficas da população e critérios bem definidos para julgar os achados são contribuições da metodologia utilizada para o delineamento de futuros estudos de avaliação da Atenção Básica à Saúde.
Considerando o destaque da atenção básica para o sistema de saúde e a consolidação da Estratégia da Saúde da Família, é importante que as informações sobre a demanda atendida sejam atualizadas para apoiar a gestão do SUS. O estudo comparou o perfil da demanda atendida em unidades básicas de saúde (UBS) de dois modelos de atenção (tradicional e saúde da família [PSF]) em 240 UBS de sete estados do Sul e Nordeste. Coletados em formulário próprio, todos os atendimentos de um dia de trabalho foram processados com o aplicativo PACOTAPS. Foram registrados 26.019 atendimentos, 52% no Sul e 48% no Nordeste; um terço em UBS Tradicionais e 67% em UBS do PSF. A maior proporção de atendimentos foi para mulheres entre 15 e 49 anos (36%), com diferenças significativas entre os modelos, sendo maior nas UBS do PSF. A segunda maior proporção foi de pessoas com 50 anos ou mais de idade (30%), significativamente maior nas UBS Tradicionais. Os procedimentos mais registrados foram os atendimentos básicos de enfermagem (33%), com maior proporção nas UBS Tradicionais. A proporção de consultas médicas foi de 22%, sendo duas vezes maior nas UBS Tradicionais. O perfil da demanda refletiu as diferenças entre os modelos de atenção no país e pode subsidiar a organização dos processos de trabalho em atenção básica.
OBJECTIVE To validate an instrument designed to assess health promotion in the school environment.METHODS A questionnaire, based on guidelines from the World Health Organization and in line with the Brazilian school health context, was developed to validate the research instrument. There were 60 items in the instrument that included 40 questions for the school manager and 20 items with direct observations made by the interviewer. The items’ content validation was performed using the Delphi technique, with the instrument being applied in 53 schools from two medium-sized cities in the South region of Brazil. Reliability (Cronbach’s alpha and split-half) and validity (principal component analysis) analyses were performed.RESULTS The final instrument remained composed of 28 items, distributed into three dimensions: pedagogical, structural and relational. The resulting components showed good factorial loads (> 0.4) and acceptable reliability (> 0.6) for most items. The pedagogical dimension identifies educational activities regarding drugs and sexuality, violence and prejudice, auto care and peace and quality of life. The structural dimension is comprised of access, sanitary structure, and conservation and equipment. The relational dimension includes relationships within the school and with the community.CONCLUSIONS The proposed instrument presents satisfactory validity and reliability values, which include aspects relevant to promote health in schools. Its use allows the description of the health promotion conditions to which students from each educational institution are exposed. Because this instrument includes items directly observed by the investigator, it should only be used during periods when there are full and regular activities at the school in question.
OBJECTIVE:To analyze the relationship between the health promotion conditions in schools and the consumption of alcohol and other drugs by students.METHODS:This is a cross-sectional study with a probabilistic sample of 3,464 students aged 12 to 17 from all schools of the cities of Lajeado and Sapiranga, state of Rio Grande do Sul, Brazil, and 53 managers from the same schools; the data was collected in 2012. Reports of the use of tobacco, alcohol, and illicit drugs in 2012 were used as outcomes, and the health promotion score in the school environment was used as the exposure of interest. We submitted the data to multilevel analysis.RESULTS:The prevalence of the annual use of tobacco was 9.8% (95%CI 8.8-10.8), alcohol was 46.2% (95%CI 44.5-47.8), and other drugs was 10.9% (95%CI 9.9-12.0). In the crude analysis, only the use of tobacco was associated with less health promoting schools (OR = 1.89, 95%CI 1.16-3.09) when compared to those with better conditions. This association lost statistical significance in the adjusted analysis (OR = 1.27, 95%CI 0.74-2.19).CONCLUSIONS:The effects of the school environment on the use of drugs, especially tobacco and alcohol, are manifested mainly by the individual and family conditions of the adolescents.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.