RESUMONeste estudo, objetivou-se compreender a percepção da gestação de risco para um grupo de gestantes hipertensas, descrever o significado da gestação de alto risco para elas e identificar suas dificuldades durante o período de internação e suas necessidades de cuidado. Trata-se de um estudo de caráter exploratório, descritivo e qualitativo, realizado em uma maternidade regional do norte do Paraná, com sete gestantes hipertensas de todas as idades, primíparas e multíparas, no 3º trimestre de gestação. Os dados foram coletados de julho a dezembro de 2013, por meio de entrevista semiestruturada, e submetidos à análise de conteúdo. As sete gestantes, com idade entre 25 e 38 anos, eram multíparas, estavam internadas havia mais de sete dias, relataram preocupação com o bem-estar do filho e dificuldade em permanecer hospitalizadas e ausentes do convívio familiar. Demonstraram sentimentos de medo, ansiedade e indignação perante a infraestrutura hospitalar e o atendimento da equipe. Considera-se que as gestantes tiveram dificuldades em verbalizar o significado da gestação, porém expuseram com facilidade suas necessidades de cuidado. À vista disso, é necessário compreender o processo psicológico dessas mulheres para melhorar a assistência oferecida a elas.Palavras-chave: Gravidez de alto risco. Hipertensão. Emoções. INTRODUÇÃOA Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) é uma das principais complicações obstétricas e caracteriza-se pelo aparecimento da tríade sintomática: hipertensão, proteinúria e edema em grávida normotensa, após a vigésima semana de gestação, com a presença de pressão arterial maior ou igual a 140/90mmHg. É uma doença incurável, exceto pela interrupção da gravidez, e pode evoluir para quadros ainda mais complexos, como eclâmpsia, síndrome HELLP (hemólise com níveis elevados de enzimas hepáticas e contagem baixa de plaquetas) ou coagulação intravascular disseminada (CID). Na ausência de proteinúria, suspeita-se da patologia quando a hipertensão arterial vem acompanhada de exames laboratoriais alterados, especificamente creatinina e provas de síndrome HELLP (1) . A DHEG é responsável por uma parcela significativa dos casos de mortalidade materna e perinatal, sendo frequentemente associada a complicações em órgãos vitais, como sistema nervoso central, sistemas cardiovascular, renal, hematológico, hepático e uteroplacentário, causando agravos como: descolamento da placenta, prematuridade, retardo do crescimento intrauterino, morte materna e fetal, oligúria, crise hipertensiva, edema pulmonar, edema cerebral, trombocitopenia, hemorragia, acidente vascular cerebral, cegueira, intolerância fetal ao trabalho de parto (1)(2) . As gestações com presença de agravos, como a DHEG, apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável, tanto para o feto como para a mãe. Nessas condições, a gestação é denominada gestação de alto risco (1) . Comparada às demais, a gestante de risco é mais sensível emocionalmente. Nesta situação, há o medo pelas alterações que ocorrem em seu organismo e a insegurança de...
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